SA3.17 - DESIGUALDADES EM SAÚDE E POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)
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39836 - POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA: O QUE MOSTRAM OS DADOS? THALITA TERTO COSTA - UECE, MARIA VERACI OLIVEIRA QUEIROZ - UECE, PATRICIA VERAS RODRIGUES - UECE
Apresentação/Introdução O racismo é uma realidade no Brasil, impactando na vida das pessoas negras. Esse recorte de pesquisa disserta sobre os aspectos históricos que devem ser observados quando analisamos negritude e apresenta os dados atuais de saúde, indicadores importantes para abordagem presente e para o desenvolvimento de estratégias que busquem a igualdade de acesso ao cuidado em saúde para a população negra.
Objetivos Apresentar dados de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre os fatores socioeconômicos, mortalidade, hanseníase e tuberculose, gerando reflexões e evidenciando a necessidade de demandas de cuidados à saúde específicos para a população negra.
Metodologia Utilizou-se a pesquisa bibliográfica e documental. Bibliográfica porque traz a contribuição de diferentes autores para análise sobre o tema e a pesquisa documental mostra os dados primários a partir dos sistemas de saúde do Brasil. Os dados foram coletados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), entre os dias 28/06/2021 a 15/07/2021. Foram consideradas pessoas negras a soma simples das variáveis “preta” e “parda”, seguindo a mesma disposição do IBGE que constitui população negra as pessoas pretas e pardas. Para este trabalho foram considerados apenas os sistemas que estão abertos ao grande público sem exigências de cadastro e que possuem a variável raça/cor.
Resultados Nos fatores socioeconômicos observa-se alta desigualdade, o analfabetismo e a renda média domiciliar, por exemplo, apresentam valores superiores a 50% desfavorável para negros. Para mortalidade, em todas as causas, negros possuem valores mais altos. Sobre o acompanhamento dos casos de hanseníase e tuberculose temos, com hanseníase em negros, 39278, para 11.567 em brancos. Com tuberculose, 53694 para negros, e 23.776 em brancos. Sobre os dados de doenças e agravos, constatamos que negros estão com todos os índices em desvantagem, evidenciando que negros sofrem mais violência que brancos. O único item desfavorável para as pessoas brancas é a violência provocada por elas mesmas.
Conclusões/Considerações O racismo é uma continuidade histórica, está presente hoje e prevalece nas relações de poder, mantendo as pessoas negras em situações de subalternidade social, refletindo essas diferenças também nas áreas referentes à saúde. Os dados mostrados nos autorizam a afirmar a existência de um verdadeiro hiato entre os direitos constitucionalmente deferidos e o cotidiano de violação de direitos que vitimizam essa população quanto à situação de saúde.
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