Sessão Assíncrona


SA3.16 - DOENÇAS CRÔNICAS E A LINHA DE CUIDADO DO DIABETES MELLITUS (TODOS OS DIAS)

42773 - ACESSO AO DIAGNÓSTICO DE DIABETES NO BRASIL: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2013 E 2019
KARINE BRITO MATOS SANTOS - UESB, RODRIGO CITTON P. DOS REIS - UFRGS, MARIA INÊS SCHMIDT - UFRGS


Apresentação/Introdução
O diabetes é uma doença crônica de impacto global. No Brasil, um terço dos adultos com diabetes não é diagnosticado. O rastreamento é recomendado em todos os indivíduos com idade superior a 35 anos ou em qualquer idade para pessoas com sobrepeso/obesidade que tenham pelo menos um fator de risco adicional.

Objetivos
Avaliar o acesso ao diagnóstico de diabetes e os fatores demográficos, socioeconômicos e clínicos associados a partir de inquéritos nacionais de adultos brasileiros, em 2013 e 2019.

Metodologia
As Pesquisas Nacionais de Saúde (PNS, 2013 e 2019) são estudos de base populacional, realizadas por meio de inquérito domiciliar, em amostras probabilísticas de brasileiros com 18 anos ou mais. O acesso ao diagnóstico foi definido a partir das informações relatadas obtidas por questionário, com realização de glicemia nos dois anos anteriores à pesquisa após a exclusão de quem relatava já ter diagnóstico prévio de diabetes. A regressão de Poisson com variância robusta foi usada para avaliar os correlatos de acesso com base nas razões de prevalência (RP) e seus intervalos de confiança de 95% (IC 95%).

Resultados
O acesso ao diagnóstico de diabetes é alto, mais de 70% relatam ter feito exame glicêmico nos últimos dois anos, 71% em 2013 e 77% em 2019. Isso é consistente com o amplo acesso à consulta médica nos dois últimos anos, 86% e 89% em 2013 e 2019, respectivamente. Se a glicemia recente foi avaliada apenas entre aqueles com consulta recente, o acesso também foi alto, 67% e 74% respectivamente. Ter maior idade, escolaridade e obesidade, diagnóstico prévio de hipertensão e ser mulher associaram-se ao maior acesso (p< 0,001). Em contrapartida, relatar ser preto ou pardo (cor parda), residir na zona rural e não possuir plano de seguro esteve associado ao menor acesso (p<0,001).

Conclusões/Considerações
O acesso ao diagnóstico de diabetes é elevado no Brasil, em decorrência do amplo acesso à consulta proporcionado pelo sistema universal de saúde. Contudo, iniquidades ainda estão presentes e indicam a necessidade de ações específicas para grupos específicos, principalmente em áreas rurais e entre negros e pardos.