Sessão Assíncrona


SA3.16 - DOENÇAS CRÔNICAS E A LINHA DE CUIDADO DO DIABETES MELLITUS (TODOS OS DIAS)

41551 - ANÁLISE DE UM MODELO LONGITUDINAL PARA A PERDA FUNCIONAL ASSOCIADA AO DIABETES MELLITUS BASEADO NA CIF
MARCUS ALESSANDRO DE ALCANTARA - UFVJM, KAIO CESAR PINHAL - UFVJM, PEDRO HENRIQUE SCHEIDT FIGUEIREDO - UFVJM, VINÍCIUS OLIVEIRA - UFVJM, WELLINGTON FABIANO GOMES - UFVJM


Apresentação/Introdução
Apesar das políticas de controle do Diabetes, o Brasil é o quarto país em número de diabéticos com 12,5 milhões de diagnósticos. A falta de uma política de saúde funcional no âmbito do SUS limita informações sobre as consequências funcionais associadas ao Diabetes. Entender a sua evolução torna-se fundamental para compreender os seus determinantes e permitir ações preventivas.

Objetivos
Avaliar a perda funcional em um período de três anos e examinar relações entre componentes da funcionalidade humana em uma amostra de pacientes com Diabetes Mellitus acompanhada no Serviço Único de Saúde do município de Diamantina (MG).

Metodologia
Estudo longitudinal com seguimento de três anos que incluiu 69 pacientes após a primeira avaliação do perfil funcional. Foram coletados indicadores dos componentes estrutura e função do corpo [EF] (dor musculoesquelética em diferentes regiões do corpo), atividades e participação [AP] (domínios físico, psicológico e social do Whoqol-brief; escala de participação social), fator ambiental [FA] (domínio meio-ambiente do Whoqol-brief) e dados sociodemográficos e clínicos. Foi usada a Análise Fatorial Confirmatória para testar a adequação do modelo de mensuração e a Modelagem de Equação Estrutural (MEE) para examinar as relações explicativas simultâneas entre os componentes da funcionalidade humana.

Resultados
A amostra foi composta em sua maioria por mulheres (63,2%), idade entre 35 e 44 anos (29,9%) e escolaridade de nível superior (92,2%), tempo de diagnóstico entre cinco e dez anos (72,0%). Houve uma piora significativa em todos os indicadores funcionais após três anos. A relação entre deficiência de EF e AP foi confirmada apenas na primeira avaliação. O estudo longitudinal confirmou que o nível de deficiência na EF na linha de base foi preditor de deficiência na EF após três anos; no mesmo sentido, limitações na AP anterior influenciaram a AP atual. FA foram mediadores na relação entre deficiência na EF e AP na primeira avaliação; após três anos, os FA se associaram apenas ao fator AP.

Conclusões/Considerações
Profissionais da atenção primária precisam considerar um abordagem biopsicossocial ao avaliar usuários com Diabetes. Avaliar os componentes da funcionalidade humana permitiram identificar um panorama mais amplo sobre a saúde funcional dos diabéticos, o qual pode ser usado para fundamentar políticas públicas mais assertivas. Estabilizar a funcionalidade e controlar os riscos evitáveisis de mortalidade nessa população são urgentes.