SA3.15 - DESAFIOS NO CUIDADO À OBESIDADE (TODOS OS DIAS)
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40316 - A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO NO RIO DE JANEIRO E O CUIDADO ÀS PESSOAS COM OBESIDADE NA PERSPECTIVA DOS USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE LÍVIA CARDOSO GOMES ROSA - UERJ/INU/SMS SÃO GONÇALO/ATENÇÃO BÁSICA, JORGINETE DE JESUS DAMIÃO - UERJ/INU, JULLIANA AYRES LIMA FREIRE - UERJ/INU, CASSIA SOARES SANTOS SOUSA - SMS SÃO GONÇALO/ATAN, EVELYNE FLORIDO LOBATO CAVALCANTE - UERJ/INU, DORALICE BATISTA DAS NEVES RAMOS - UERJ/INU, CLAUDIA VALERIA DA SILVA CARDIM - UERJ/INU, LUCIANA MARIA CERQUEIRA CASTRO - UERJ/INU
Apresentação/Introdução A obesidade é uma condição crônica multifatorial, complexa e crescente. Seu enfrentamento no âmbito do SUS propõe a organização da linha de cuidado do sobrepeso e obesidade a partir da Rede de Atenção à Saúde (RAS) das pessoas com doenças crônicas, tendo como ponto de partida a Atenção Primária à Saúde (APS), por ser locus privilegiado para a garantia de integralidade do cuidado.
Objetivos Compreender a organização da RAS, em especial da APS, e o acesso ao cuidado à saúde no município de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro, para pessoas com sobrepeso e obesidade, a partir do olhar dos usuários.
Metodologia Trata-se de pesquisa qualitativa utilizando abordagem de trajetórias de cuidado de pessoas com sobrepeso e obesidade, para compreender os movimentos empreendidos na busca por resolver suas necessidades de saúde; bem como a organização dos serviços e ações ofertadas na RAS da APS. Foram realizadas entrevistas com usuários agendados no serviço de nutrição da APS, sendo 2 polos sanitários, unidades básicas estruturadas no modelo tradicional e de referência das unidades satélites e 2 unidades de saúde da família satélites. Utilizou-se roteiro pré-testado, sobre narrativas de vida, com foco na busca pelo cuidado à saúde relacionado ao sobrepeso e obesidade. O campo ocorreu de março a maio de 2022.
Resultados As narrativas dos 24 usuários evidenciaram as fragilidades e desafios da RAS municipal, sobretudo quanto à dificuldade de acesso aos serviços para atendimento e exames e à longitudinalidade do cuidado nas condições crônicas. Estas apontaram como desafios: agravamento das condições de saúde e perda de familiares por causas sensíveis à APS; ausência de regulação e de critérios ou avaliação de risco; acesso facilitado pelo conhecimento pessoal ou indicação política; invisibilidade da obesidade como uma condição que requer cuidado, pois não foram os principais motivos dos encaminhamentos identificados; falta de vínculo com as unidades satélites; acesso a alimentos impactando em saúde e nutrição.
Conclusões/Considerações Percebe-se a ausência de um cuidado em rede nas condições crônicas, sobretudo por meio de uma APS ordenadora e coordenadora deste cuidado. A organização do cuidado às pessoas com obesidade deve lidar com os desafios de qualificação da RAS das pessoas com doenças crônicas e do reconhecimento da obesidade na agenda de cuidado em saúde, mediante o compromisso da APS no fortalecimento da atenção nutricional e enfrentamento à insegurança alimentar.
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