Sessão Assíncrona


SA3.14 - DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: SABERES E PRÁTICAS DE CUIDADO (TODOS OS DIAS)

41221 - CUSTOS RELATIVOS AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO E DO DIABETES ASSOCIADOS À OBESIDADE A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA DE UMA REDE MUNICIPAL DE SAÚDE
BEATRIZ CAVALCANTE DE OLIVEIRA BARROS - UNIFAL, CRISTINA GARCIA LOPES ALVES - UNIFAL, ESTEVÃO TAVARES DE FIGUEIREDO - USP, MARCELO LACERDA REZENDE - UNIFAL


Apresentação/Introdução
Países subdesenvolvidos têm pouca tradição em análises de custos, com pouca produção em estudos sobre avaliação econômica (SILVA et.al, 2016). Considerando que esta análise pode ser uma importante ferramenta para gestores na avaliação dos custos das doenças nos sistemas de saúde, Oliveira et.al (2014) sugerem o método do custo da doença para avaliar o impacto das doenças sobre sistemas de saúde.


Objetivos
O estudo buscou calcular os custos financeiros diretos com tratamento de diabetes e hipertensão em indivíduos obesos na rede municipal de saúde de Alfenas, MG, no período de 2016 a 2019, objetivando apurar o custo presumível associado à obesidade.

Metodologia
Baseando-se na prevalência encontrada, estimou-se o custo total do tratamento
da obesidade, hipertensão e diabetes, de 2016 a 2019, tendo uma abordagem top down.
Foi feito um levantamento de todos os custos da atenção ambulatorial e hospitalar da doença, somados aos custos do tratamento das doenças estudadas, coletados de bancos de dados administrativos ou secundários, como o sistema de informação do SUS (DataSus), e dados originários das fichas de cadastro das Unidades Básicas de Saúde do município.
Limitações foram encontradas, como irregularidade no registro do Índice de Massa Corporal dos pacientes nos cadastros, levando à utilização do peso auto referido nas análises pretendidas.

Resultados
Entre 2016 e 2019, 20.607 pessoas deram entrada nas UBS, destas, 2.603 se autodeclararam acima do peso. Neste período, o SUS gastou R$ 497.058,97, R$ 665.238,84 e R$ 109.771,86 no tratamento de obesidade, diabetes e hipertensão, respectivamente.
Com o cálculo do Risco Atribuível Populacional (RAP), chegou-se ao valor proporcional dos tratamentos associados à obesidade. Utilizou-se a Equação RAP = P(RR – 1)/ P (RR – 1) + 1, onde RR é o risco atribuível e P o número de cadastrados na atenção básica; multiplicado pelo custo de tratamento pelo SUS, estimou-se R$1.330.352,95 e R$222.230,72 gastos com diabetes e hipertensão, respectivamente, associados à obesidade.

Conclusões/Considerações
Estudos de custo da doença são instrumentos de apoio à tomada de decisão a
respeito à alocação dos recursos destinados à saúde. Este trabalho observou que R$ 1.552.583,67 dos gastos com tratamento de diabéticos e hipertensos estão ligados ao fator sobrepeso/obesidade, sendo este o valor presumível que poderia ser poupado caso a obesidade não estivesse associada à condição de saúde.