Sessão Assíncrona


SA3.13 - SAÚDE DA CRIANÇA (TODOS OS DIAS)

40783 - A EXPERIÊNCIA UNIDOS PELA CURA COMO TECNOLOGIA SOCIAL PARA AUMENTAR AS CHANCES DE CURA DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER
THAÍS JERONIMO VIDAL - INSTITUTO DESIDERATA, CAROLINA STEINHAUSER MOTTA - INSTITUTO DESIDERATA


Período de Realização
Os dados descritos referem-se ao período de 2008 a 2020, totalizando treze anos de experiência.

Objeto da experiência
Esse relato versa sobre o Unidos pela Cura (UPC), política de promoção do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil no Rio de Janeiro.

Objetivos
A estratégia UPC tem por objetivo garantir que crianças e adolescentes com suspeita de câncer cheguem precocemente aos centros de diagnóstico e tratamento do SUS. Esse relato visa divulgar os resultados e caminhos percorridos a fim de estimular políticas de diagnóstico precoce em outros territórios.

Metodologia
A implementação do UPC envolveu oito etapas: identificação e sensibilização dos atores-chaves; criação de um Comitê Estratégico; aprofundamento do conhecimento sobre a realidade e definição das prioridades; elaboração de um termo de compromisso; organização do fluxo de encaminhamento com definição dos polos de investigação e tratamento; definição de estratégias de educação; monitoramento dos casos suspeitos e avaliação da estratégia pactuada e consolidação da estratégia como política pública.

Resultados
O UPC possibilitou que 91% dos casos suspeitos de câncer na Atenção Primária chegassem aos centros diagnósticos em até três dias. Foram encaminhados 2146 casos, dos quais 8% foram confirmados como câncer. Além disso, foram capacitados 4090 profissionais para a identificação de sinais e sintomas. Em 2021, foi criada uma plataforma de ensino à distância para ampliar o alcance da capacitação e publicado o “Guia Unidos pela Cura” para auxiliar a replicação da estratégia em outros estados.

Análise Crítica
O Unidos pela Cura foi pensado como uma estratégia para promover um fluxo ágil de encaminhamento dos casos suspeitos de câncer infantojuvenil da atenção primária à saúde (APS) para os centros diagnósticos, requerendo, para tanto, o fortalecimento de um modelo de atenção que prime por uma APS forte e resolutiva. Apesar dos resultados exitosos quanto à organização do fluxo e à capacitação dos profissionais, a contrarreferência e o monitoramento efetivo dos casos ainda se colocam como desafios.



Conclusões e/ou Recomendações
O acesso ao diagnóstico precoce é a principal aposta para aumentar as chances de cura de crianças e adolescentes com câncer. Nesse contexto, a experiência do UPC se mostrou exitosa, sendo hoje uma política consolidada e reconhecida no Rio de Janeiro. A expansão da estratégia para outros estados é um caminho possível para promover as mesmas chances de cura para todas as crianças e adolescentes no Brasil, reduzindo-se as inequidades em saúde.