Sessão Assíncrona


SA3.13 - SAÚDE DA CRIANÇA (TODOS OS DIAS)

40369 - PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS COM EXPERIÊNCIAS ADVERSAS NA INFÂNCIA EM UMA AMOSTRA DE UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS
LUCAS ALVES JURAL - LAMPES-UFRJ, PATRICIA DE ANDRADE RISSO - LAMPES-UFRJ, ISMÊ CATUREBA SANTOS - LAMPES-UFRJ, ANTÔNIO JOSÉ LEDO ALVES DA CUNHA - LAMPES-UFRJ


Apresentação/Introdução
As experiências adversas na infância (EAI) caracterizam-se pelo acontecimento de eventos potencialmente traumáticos entre os 0 e 18 anos de uma pessoa, que podem provocar consequências negativas ao longo de toda a vida. Em todo o mundo, as EAI e fatores associados foram estudados entre diferentes grupos e faixas etárias, dentre eles, os universitários.

Objetivos
Descrever a prevalência de EAI e possíveis fatores associados em uma amostra de universitários brasileiros.

Metodologia
Este estudo transversal foi aprovado pelo comitê de ética (parecer no. 933.854) e incluiu graduandos de universidade pública, localizada no município de Macaé, Rio de Janeiro. A EAI e dados socioeconômicos e relacionados à saúde (saúde boa ou não boa) foram autorrelatados e coletados por meio de questionário autoaplicável, composto pelo Adverse Childhood Experience Questionnaire (ACE-Q) e por itens adaptados do formulário VIGITEL. A ocorrência de EAI pode variar de 0 a 8, e foi categorizada em <4 e ≥4 para análise estatística. Os dados foram analisados descritivamente e submetidos a análises bivariadas e multivariadas. O nível de significância foi igual a 0,05.

Resultados
Dos 546 respondentes (idade média de 21,28 (desvio-padrão =2,8) anos), 69% (n=377) eram do sexo feminino e 78,2% dos estudantes relataram ter vivenciado pelo menos uma EAI, e 13,1% apresentaram EAI>4, sendo o abuso físico a mais prevalente (n=250; 45,8%). A autoavaliação da saúde como não boa [OR:2,05 (IC95%=1,28-3,29); p=0,002] e a renda familiar inferior a 3 salários-mínimos [OR: 1,79 (IC95%= 1,10-2,90); p=0,017] foram associadas com a ocorrência de EAI≥4, o que também foi confirmado pela análise multivariada.

Conclusões/Considerações
A ocorrência de EAI pode ser considerada alta na amostra de universitários estudada e pode ser influenciada pela renda familiar e pela autoavaliação da saúde. Face o exposto, e à luz de outros impactos biopsicossociais das EAIs descritos pela literatura, programas de suporte e acompanhamento devem ser fomentados nas universidades.