Sessão Assíncrona


SA3.12 - ATENÇÃO AO CANCER: ANALISES DE DESIGUALDADES E PRATICAS DE CUIDADO (TODOS OS DIAS)

42894 - BARREIRAS GEOGRÁFICAS DE ACESSO AO TRATAMENTO ONCOLÓGICO: INTERAÇÕES COM O CÂNCER DE COLO DE ÚTERO.
VIVIANE APARECIDA SIQUEIRA LOPES - UFF


Apresentação/Introdução
Segundo Travassos e Castro (2012, p. 186), as barreiras geográficas de acesso “refletem a resistência que o espaço impõe ao deslocamento dos potenciais usuários dos serviços de saúde”, envolvendo o tempo gasto e os custos financeiros, o que constitui obstáculo ao acesso aos serviços de saúde, sobretudo para pessoas em situação de pobreza. Assim, torna-se relevante analisá-las e minimizá-las.

Objetivos
Este trabalho analisa as barreiras geográficas para acesso ao tratamento oncológico referente a mulheres com câncer de colo de útero, residentes em municípios da Região dos Lagos/RJ e em São Francisco do Itabapoana/RJ.

Metodologia
Inicialmente foram analisados os prontuários de mulheres com câncer de colo de útero (CCU), atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas três Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) de município polo da região norte fluminense, referência regional em oncologia, por período de seis meses pré-definidos. Entre as mulheres localizadas e incluídas na pesquisa, encontravam-se cinco mulheres residentes fora do município prestador de serviços, sendo uma residente em São Francisco do Itabapoana/RJ e quatro na Região dos LagosRJ. Foram realizadas entrevistadas semi-estruturadas com estas cinco mulheres, com elaboração de seus itinerários terapêuticos.

Resultados
As barreiras geográficas se expressaram pela longa distância percorrida para realização do tratamento, em concomitância aos: a) efeitos colaterais do tratamento; b) suspensão temporária, pelas prefeituras dos municípios de origem, do transporte para Tratamento Fora do Domicílio (TFD); c) ausência de recursos financeiros das usuárias para arcar com transporte; d) precariedade na comunicação entre secretarias municipais de saúde, sinalizando para limites no processo de regionalização da saúde; e) grande espaço de tempo entre tratamento e retorno ao município de origem. Portanto, barreiras geográficas se associaram às barreiras organizacionais e financeiras para acesso aos serviços de saúde.

Conclusões/Considerações
Neste trabalho destacaram-se a importância da intermediação realizada pelo município de origem e a dependência do transporte ofertado pela prefeitura de origem, diante ao baixo nível socioeconômico das usuárias. Também, o necessário aprimoramento na comunicação entre secretarias de saúde municipais com vistas à garantia do acesso aos serviços de saúde, com redução da espera entre execução do tratamento e retorno aos municípios de origem.