Sessão Assíncrona


SA3.12 - ATENÇÃO AO CANCER: ANALISES DE DESIGUALDADES E PRATICAS DE CUIDADO (TODOS OS DIAS)

40280 - DESIGUALDADES NA REALIZAÇÃO DE EXAMES PREVENTIVOS PARA CÂNCER DE MAMA E COLO DO ÚTERO EM UM MUNICÍPIO DA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL. DADOS DO INQUÉRITO DE BASE POPULACIONAL
MARIA DO CARMO FERREIRA - UNICAMP, LHAÍS DE PAULA BARBOSA MEDINA - UNICAMP, DIAMA BHADRA VALE - UNICAMP, MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - UNICAMP


Apresentação/Introdução
O câncer é uma das principais causas de morbimortalidade em todo o mundo. Uma das estratégias de prevenção é o rastreamento, que tem como principal objetivo reduzir a mortalidade pela neoplasia. Para o câncer do colo do útero e de mama existem evidências na literatura dos benefícios do rastreamento e o Brasil existem diretrizes nacionais para esses dois tipos de câncer.

Objetivos
Analisar as desigualdades, segundo escolaridade e posse de plano privado de saúde, na realização de Papanicolaou e Mamografia.

Metodologia
Trata-se de estudo transversal com análise dos dados de uma amostra representativa de mulheres residentes em Campinas-SP (ISACamp 2014/15). Para estimar as razões de prevalência da realização dos exames preventivos utilizou-se regressões múltiplas de Poisson ajustadas por idade. Para a análise foram consideradas as faixas etárias de 25 a 64 anos para o Papanicoloau e de 50 a 69 para a mamografia.

Resultados
A prevalência da realização do Papanicolaou foi maior nas mulheres com 9 anos ou mais de estudo do que nas com até 3 anos, 90,6% e 67,8% respectivamente, com RP= 0,81 (IC95% 0,71-0,93). Entre as que referiram ter plano privado de saúde, a prevalência do Papanicolaou foi de 92,9% e nas que não tinham plano foi de 87,9%, com RP= 0,89 (IC95% 0,82-0,96). Em relação à realização da mamografia, nas mulheres com 9 anos e mais de estudo a prevalência foi de 88,6%, e nas com até 3 anos foi 58,3%, RP= 0,66 (IC95% 0,52-0,83). Segundo posse de plano privado de saúde, a prevalência de mamografia foi de 87,9% e 73,3% entres as que referiram ter e não ter plano respectivamente, RP= 0,83 (IC95% 0,75-0,92).

Conclusões/Considerações
As prevalências das práticas foram significativamente maiores entre as mulheres com maior escolaridade e as que tinham planos privados de saúde. Embora as prevalências tenham sido elevadas entre as não portadoras de planos de saúde, há que se considerar necessidade de ampliar a oferta desses exames para alcançar a equidade na realização do Papanicolaou, como já ocorreu e foi demonstrado em estudo realizado anteriormente (AMORIM, 2014).