Sessão Assíncrona


SA3.12 - ATENÇÃO AO CANCER: ANALISES DE DESIGUALDADES E PRATICAS DE CUIDADO (TODOS OS DIAS)

38657 - TRATAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO EM TEMPO OPORTUNO NO ESTADO DE MINAS GERAIS E SUA ASSOCIAÇÃO COM AS MACRORREGIÕES DE SAÚDE
DANIELA PENA MOREIRA - UFMG, MARCOS ANTONIO DA CUNHA SANTOS - UFMG, FLÁVIA BULEGON PILECCO - UFMG, ÉRICA DUMONT PENA - UFMG, ILKA AFONSO REIS - UFMG, MARIÂNGELA LEAL CHERCHIGLIA - UFMG


Apresentação/Introdução
O câncer do colo do útero (CCU) é o quarto mais incidente em mulheres de Minas Gerais (MG) e possuí alto potencial de cura quando diagnosticado e tratado precocemente. Para tornar mais efetivo o acesso aos serviços de saúde, MG é dividido em 13 Regiões Ampliadas de Saúde (RAS). Desde 2012 entrou em vigor uma lei brasileira que garante o tratamento do câncer em até 60 dias do diagnóstico.

Objetivos
Investigar se há associação entre as RAS de residência e o intervalo entre diagnóstico e o primeiro tratamento de mulheres que realizaram tratamento ambulatorial para o câncer do colo do útero pelo SUS em MG.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal recorte de uma coorte. A população do estudo foi composta por mulheres diagnosticadas com câncer do colo do útero em estágios entre I e IV, com 19 anos ou mais, residentes em MG e que foram submetidas a tratamento oncológico ambulatorial (quimioterapia ou radioterapia) pelo SUS no mesmo estado, no período de 2001 a 2015. Para avaliar a associação da RAS de residência e o intervalo entre o diagnóstico e o primeiro tratamento, foram utilizados modelos de regressão binomial negativa, considerando o nível de significância de 5%. Covariáveis sociodemográficas, clínicas e relacionadas ao tratamento foram utilizados para a construção dos modelos.

Resultados
O estudo contou com 8.857 mulheres. O deslocamento médio entre o município de residência até ao de tratamento foi 83,5 minutos. As RAS Norte e Sudeste se destacaram por maiores proporções de mulheres tratadas em até 60 dias e as RAS Oeste e Nordeste possuíam as menores proporções, 80,9%, 76,4%, 52,4% e 50,8%, respectivamente. Foi encontrado que a RAS de residência das mulheres está associada ao intervalo entre o diagnóstico e o primeiro tratamento. A RAS Norte foi a região do estado onde a média de tempo para iniciar o tratamento foi menor, e não residir nessa RAS aumenta a média de tempo para iniciar o tratamento entre 24% e 93% quando comparadas as outras RAS do estado.

Conclusões/Considerações
Há grande disparidade no intervalo entre diagnóstico e início de tratamento entre as regiões do estado de MG. O déficit de serviços habilitados e a extensão territorial das RAS podem explicar parcialmente essa diferença. Esses resultados indicam que, para fortalecer a atenção oncológica no estado, iniquidades entre as RAS precisam ser sanadas.