SA3.11 - RASTREAMENTO E MONITORAMENTO DA ATENÇÃO AO CANCER (TODOS OS DIAS)
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39108 - RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DAS LESÕES NO SUS CAROLINE MADALENA RIBEIRO - INCA, JEANE GLAUCIA TOMAZELLI - INCA, VANIA REIS GIRIANELLI - FIOCRUZ, LUCIANA LEITE DE MATTOS ALCÂNTARA - UFRJ, ÉDNEI CESAR DE ARRUDA SANTOS JUNIOR - UFRJ, GULNAR AZEVEDO E SILVA - UERJ
Apresentação/Introdução
O rastreamento do câncer do colo do útero vem sendo realizado desde a década de 1980 no Brasil de forma oportunística. A utilização de parâmetros de programação permite prever as necessidades de produção dos procedimentos da sua linha de cuidado e avaliar a adequação da oferta, auxiliando gestores nas ações de controle desse câncer.
Objetivos Avaliar a capacidade do programa de rastreamento de identificar mulheres com alterações suspeitas, e os casos de câncer do colo do útero no SUS, no Brasil e grandes regiões, utilizando dados do Sistema de Informação do Câncer (Siscan).
Metodologia Estudo descritivo utilizando dados públicos do Siscan entre 2017 e 2020. Foram aplicados parâmetros de programação para o rastreamento do câncer do colo do útero para estimar os números de exames alterados que demandariam investigação diagnóstica e tratamento.
Para estimar o número de exames citopatológicos alterados para o Brasil e regiões aplicou-se o parâmetro de 4,1% ao número de mulheres de 25 a 64 anos rastreadas e para estimar o número de diagnósticos de câncer, aplicou-se o parâmetro de 0,1% ao número mulheres rastreadas.
As variações entre o estimado e o registrado foram calculadas por meio de diferenças absolutas e relativas.
Resultados Entre 2017 e 2020, tanto o número de exames citopatológicos de rastreamento alterados como o número de exames histopatológicos com resultado de neoplasia maligna registrados no SISCAN foram abaixo do que seria esperado para o Brasil. O percentual de registros de exames citopatológicos foi 52,1% e 16,8% inferior ao esperado em 2017 e em 2020, respectivamente. A região Nordeste foi que apresentou a maior diferença. Nos exames histopatológicos as diferenças entre o número registrado e o esperado diminuíram ao longo do tempo, sendo 58,9% inferior em 2017 e 15,4% em 2020. Apenas em 2020 foram observados valores acima do esperado nas regiões Norte (65,3%), Centro-Oeste (7,3%) e Nordeste (4,1%).
Conclusões/Considerações Apesar dos esforços para realizar o rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil, dados nacionais apontam para dificuldade de identificação de alterações e lesões precursoras, indicando baixa qualidade dos laboratórios no SUS. As grandes diferenças observadas no número de neoplasias malignas registradas no Siscan refletem dificuldade de acesso à confirmação diagnóstica, e falhas nos registros dos exames nos sistemas de informação do SUS.
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