Sessão Assíncrona


SA3.10 - DOENÇAS DE TRANSMISSÃO VETORIAL: DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA (TODOS OS DIAS)

43427 - GESTAÇÕES E DESFECHOS OBSTÉTRICOS DE MULHERES DA COORTE ZIKA FORTALEZA
ADRIANO FERREIRA MARTINS - PPGSC / UFC, FRANCISCO MARTO LEAL PINHEIRO JÚNIOR - PPGSC / UFC, LIGIA REGINA FRANCO SANSIGOLO KERR - PPGSC / UFC, LÍVIA KARLA SALES DIAS - PPGSC / UFC, FRANCISCO GUSTAVO SILVEIRA CORREIA - PPGSC / UFC, ITALO WESLEY OLIVEIRA DE AGUIAR - PPGSC / UFC, CARLOS ERASMO SANHUEZA SANZANA - PPGSC / UFC, BERNARD CARL KENDALL - PPGSC / UFC


Apresentação/Introdução
A epidemia de Zika aumentou os desfechos de perdas obstétricas nas gestações evidenciando diversas complicações que trouxeram piora aos indicadores de morbidade materna (importante indicador de saúde materna). Faz-se necessário entender se a introdução do Vírus da Zika (ZIKV) teve impacto nos desfechos obstétricos.

Objetivos
Descrever as gestações e os respectivos desfechos obstétricos das mulheres da Coorte Zika Fortaleza (ZIF) e associar com os períodos pré-epidêmico e epidêmico.

Metodologia
Recorte da 1ª onda da ZIF realizada com 1.496 mulheres de 15 a 39 anos moradoras em Fortaleza-Ceará, Brasil, entre 2018 e 2019. Realizado por meio de entrevistas onde foram coletadas as informações de dados gineco-obstétricos e dos desfechos das respectivas gestações. O ponto de corte entre os PPE (Período Pré-epidêmico) e PE (Período epidêmico) foi utilizado 2014 tendo em vista achados de Faria et al (2016) com introdução do ZIKV a partir de maio de 2013 adicionado tempo de uma gestão atermo). Realizado análise descritiva (frequências absolutas e relativas) e analítica (Odds Ratio (OR) e Intervalos de Confiança de 95% (IC).

Resultados
Das 1923 gestações, 85,0% (1634) foram nascidos vivos e 15% (289) perdas. As perdas são compostas por 8,7% (25) abortos provocados, 77,2% (223) aborto espontâneo, 2,8% (8) gestações tubarias e 10,7% (31) natimortos. A média de gestações foi de duas gestações (min-max: 1- 11) e 33,4% (500) tiveram somente uma. 88,5% (1700) realizaram pré-natal destas 78,4% (1054) com seis ou mais consultas e 80,7% (1372) com captação precoce. Ter perda espontânea (OR 1,7 IC 1,3-2,2), aborto provocado (OR 1,5; IC 0,6-3,7), aborto espontâneo (OR 1,5; IC 1,1-2,0), realizar pelo menos seis consultas de pré-natal (OR 1,6 IC 1,1-2,3) evidenciaram aumento nas chances quando comparado os PPE e PE.

Conclusões/Considerações
A prevalência de aborto evidenciada nesse estudo foi um pouco abaixo da estimativa da Pesquisa Nacional do Aborto de 2916. Evidenciou-se que as perdas obstétricas aumentaram com a introdução do ZIKV. Ter o acompanhamento como redutor das perdas é indicador de qualidade. Necessário implementar o processo do planejamento familiar e pré-natal na perspectiva de ampliar testagem de agravos que culminam em perdas ou malformações.