SA3.10 - DOENÇAS DE TRANSMISSÃO VETORIAL: DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA (TODOS OS DIAS)
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41201 - INFECÇÃO POR VÍRUS ZIKA E OCORRÊNCIA DE MICROCEFALIA EM RECÉM-NASCIDOS: UMA META-ANÁLISE ALINE SOUSA FALCÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (UFMA), CECÍLIA CLAUDIA COSTA RIBEIRO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (UFMA), ERIKA BARBARA ABREU FONSECA THOMAZ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (UFMA)
Apresentação/Introdução A incidência de microcefalia no Brasil aumentou em 2015, após a epidemia de infecção pelo vírus Zika, o que levou ao estabelecimento de uma hipótese de possível associação entre infecção pelo vírus Zika durante a gestação e microcefalia no bebê. Entretanto, os estudos ainda apresentam resultados controversos.
Objetivos Analisar sistematicamente a associação entre infecção pelo vírus Zika em gestantes e a ocorrência de microcefalia em recém-nascidos.
Metodologia Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, realizada nas bases PubMed, SCOPUS, LILACS, Scielo, CINAHL, BioMed, NATURE, ProQuest, Wiley Library Online, Catálogo de Teses & Dissertações (CAPES) e google acadêmico. Foi utilizado a estratégia PICOS na delimitação da pergunta de investigação e as buscas utilizando descritores do MeSH. Foram incluídos estudos publicados até 2019, sem restrição de idioma. Dois avaliadores realizaram: busca; seleção dos estudos e extração dos dados. O risco de viés foi analisado pelo Quality Assessment Tool. Para medida sumarizada foi estimado odds ratios (OR) e intervalos de confiança a 95%(IC95%) em estimativas de Mantel-Haenszel de efeito fixo (alpha=5%).
Resultados Foram encontrados 4923 estudos. Após exclusão das duplicatas (n=13), dos trabalhos com outros objetivos ou sem grupos-controle (n=4869) e de trabalhos técnicos incompletos (n=16); foram incluídos 23 estudos na síntese qualitativa e sete na meta-análise. Os sete estudos identificaram associação entre o vírus e ocorrência de microcefalia. A chance de ter microcefalia em lactentes de gestantes expostas à infecção pelo vírus Zika foi 70,1 vezes maior do que naqueles não expostos (OR=70,06; IC95%:46,5-105,5). Esses resultados podem estar enviesados devido às limitações metodológicas, especialmente na confirmação do diagnóstico da infecção pelo vírus Zika a partir do resultado do RT-PCR.
Conclusões/Considerações As evidências apontam que a infecção pelo vírus Zika na gestação potencialmente aumenta o risco de desenvolver microcefalia congênita. Entretanto, apesar do número considerável de publicações, estudos com boa qualidade metodológica são escassos e ainda restam dúvidas, por exemplo, sobre a magnitude do efeito e o período da infecção/trimestre da infecção que resultaria em maior risco ao feto.
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