Sessão Assíncrona


SA3.10 - DOENÇAS DE TRANSMISSÃO VETORIAL: DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA (TODOS OS DIAS)

40929 - INFECÇÃO PRÉVIA PELO VÍRUS CHIKUNGUNYA E A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA, PRODUTIVIDADE NO TRABALHO E SAÚDE MENTAL
ALAN JOSÉ ALCÂNTARA DE FIGUEIREDO JÚNIOR - FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA, UFBA; INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FIOCRUZ, ROSÂNGELA OLIVEIRA DOS ANJOS - INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FIOCRUZ, RAFAELLI PEREIRA SANTOS - ESCOLA DE ENFERMAGEM, UFBA; INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FIOCRUZ, MOYRA MACHADO PORTILHO - INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FIOCRUZ, PATRÍCIA SOUSA DOS SANTOS MOREIRA - INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FIOCRUZ, CRISTIANE WANDERLEY CARDOSO - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SALVADOR, MITERMAYER GALVÃO DOS REIS - FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA, UFBA; INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FIOCRUZ, GUILHERME DE SOUSA RIBEIRO - FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA, UFBA; INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A chikungunya é um emergente problema de saúde pública que apresenta alta morbidade devido ao potencial de causar artralgia crônica. Por sua vez, a artralgia crônica pode reduzir a capacidade funcional, em especial para realização de atividades físicas e laborais, e, consequentemente, comprometer a saúde mental.

Objetivos
Este trabalho tem o objetivo de estimar a prevalência de infecção prévia pelo vírus chikungunya (CHIKV) e analisar os efeitos da infecção na produtividade laboral, prática de atividade física e saúde mental.

Metodologia
Realizamos um estudo de corte transversal entre set-nov/2019 em um bairro de Salvador, Bahia. Incluímos indivíduos com idade ≥6 meses e que residissem no bairro. Utilizamos os instrumentos validados para avaliar o impacto da infecção pelo CHIKV na prática atividade física (IPAQ), prejuízo da produtividade (WPAI-GH) e presença de transtorno mental comum (TMC) (SRQ-20). Coletamos amostras de sangue para detectar anticorpos IgM e IgG para CHIKV pela técnica ELISA. Calculamos a prevalência de infecção prévia pelo CHIKV (IC95%). Usamos Teste Qui-quadrado e Regressão de Poisson com variância robusta e ajuste para efeito de cluster para identificar associações com nível de significância de 5%.

Resultados
Dos 606 participantes inclusos (61,1% mulheres; média de idade 30,9 anos (DP=19,4)), 69 possuíam anticorpos IgG ou IgM para CHIKV; prevalência de infecção prévia: 11,4% (IC 95%: 9,0–14,2%. Dos positivos, 34 (49,3%) tinham apenas IgM (infecção recente) e 35 (50,7%) tinham IgG, com ou sem IgM (não recente). Aqueles apenas com IgM apresentaram maior absentismo no trabalho (25,0%), comparado aos que tiveram IgG (0,0%) e aos negativos (8,2%) (P=0,02). Aqueles apenas com IgM não diferiram estatisticamente daqueles com anticorpos IgG e dos negativos em relação à prática moderada ou vigorosa de atividade física (90,3%, 92,9% e 83,9%, respectivamente; P=0,12) e TMC (39,1%, 38,7% e 37,5% ; P=0,99).

Conclusões/Considerações
A baixa soroprevalência indica um elevado risco de surtos de chikungunya nesta comunidade. O estudo ainda sugere um potencial impacto da infecção pelo CHIKV na produtividade laboral. Faz-se necessário implementação de políticas públicas para prevenir novos casos, o que inclui dimensionar os serviços de saúde para prestar assistência e reabilitação aos acometidos e minimizar os danos causados pela chikungunya.