SA3.10 - DOENÇAS DE TRANSMISSÃO VETORIAL: DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA (TODOS OS DIAS)
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39794 - SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA NA BAHIA: ANÁLISE DOS FATORES SOCIOECONÔMICOS E DA QUALIDADE DA NOTIFICAÇÃO TALITA FARIAS CORREIA MACÊDO - UFBA - IMS/CAT, JOSÉ PATRÍCIO BISPO JÚNIOR - UFBA - IMS/CAT
Apresentação/Introdução Dengue, Chikungunya e Zika se configuram como importantes problemas de saúde pública no Brasil e na Bahia. As condições socioeconômicas influenciam fortemente nas taxas de morbidade das arboviroses. A adequada identificação dos casos e qualidade da notificação são condições fundamentais para a análise da situação epidemiológica e a tomada de decisão em saúde.
Objetivos Analisar a situação epidemiológica da Dengue, Zika e Chikungunya na Bahia segundo variáveis socioeconômicas.
Busca-se ainda analisar a qualidade das notificações das arboviroses no estado.
Metodologia Estudo descritivo do tipo ecológico com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram analisados os casos notificados de Dengue, Zika e Chikungunya em uma série histórica de 2012 a 2021. Utilizou-se o número de casos por ano no estado e por regiões de saúde, as variáveis consideradas foram classificação do caso, idade, sexo, raça e escolaridade. Para a análise da qualidade das notificações, foram calculados os percentuais de ausência de preenchimento de varáveis não obrigatórias. Comparou-se a ocorrência de casos entre as regiões de saúde.
Resultados A análise demonstrou ocorrência de picos epidêmicos cíclicos de Dengue a cada três anos (2013, 2016 e 2019). Observou-se elevada frequência dos três agravos no ano de 2020. O grupo etário de 20 e 34 anos foi mais acometido por Dengue (29,78%) e Zika (28,23%), para Chikungunya prevaleceu a faixa etária de 35 a 49 anos (26,50%). A maior frequência de casos ocorreu no sexo feminino e em pessoas com até 8 anos de estudo para os 3 agravos. Predominou a raça/cor parda para Dengue (49,48%), Zika (37,52%) e Chikungunya (45,10%). Identificou-se elevadas proporções de ignorado/branco para os campos não obrigatórios com destaque para escolaridade: Dengue (58,90%), Zika (67,30%) e Chikungunya (66,32%).
Conclusões/Considerações As arboviroses persistem como problema de saúde pública de difícil controle. Observa-se que o padrão de ocorrência penaliza em maior proporção o gênero feminino e grupos sociais mais vulneráveis, o que ratifica a determinação social da doença. A pandemia da COVID-19 e as dificuldades na diferenciação diagnóstica podem ter influenciado na elevada frequência em 2020. Recomenda-se a promoção de políticas intersetoriais e o fortalecimento do SUS.
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