SA3.10 - DOENÇAS DE TRANSMISSÃO VETORIAL: DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA (TODOS OS DIAS)
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39166 - PERCEPÇÕES DE RISCO E PRÁTICAS PREVENTIVAS DE GESTANTES DE DISTINTOS ESTRATOS SOCIAIS APÓS O SURGIMENTO DO VÍRUS ZIKA NO BRASIL FERNANDA MACEDO DA SILVA LIMA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA., MARCOS PAULO ALMEIDA SOUZA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA., JORGE ALBERTO BERNSTEIN IRIART - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA.
Apresentação/Introdução A epidemia do vírus zika (ZIKV) e sua principal consequência, a síndrome congênita do vírus zika (SCZ), causou comoção nacional e evidenciou a necessidade do desenvolvimento de cuidados entre mulheres em idade reprodutiva e, principalmente, por gestantes. Esta nova conjuntura influenciou a experiência das mulheres que engravidaram após o surgimento deste vírus no país.
Objetivos Compreender as percepções de risco e práticas preventivas de gestantes de diferentes estratos sociais da cidade de Salvador-Bahia, bem como a contribuição de seus parceiros para lidar com o risco de infecção após a epidemia do ZIKV no Brasil.
Metodologia Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa e de cunho socioantropológico. A produção de dados ocorreu entre agosto e outubro de 2018 em uma unidade de saúde da família e em uma clínica privada para assistência obstétrica em Salvador. Foram realizadas 18 entrevistas semiestruturadas, sendo nove com gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e nove com gestantes atendidas pelo setor privado de saúde. O recrutamento das gestantes visou assegurar heterogeneidade socioeconômica, cultural e ambiental entre as participantes do estudo. Para a análise de dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo temática. O trabalho cumpriu todas as recomendações da Resolução n° 466/2012.
Resultados A estratificação social e o contexto ambiental influenciaram a maneira como as gestantes perceberam esta doença, visto que elas possuem distintos níveis de exposição ao risco de infecção. A percepção de maior gravidade por mulheres vinculadas ao SUS está associada a uma maior vulnerabilidade à infecção pelo mosquito nos bairros populares que residem. Assim, práticas de prevenção foram mais evidentes entre estas mulheres. De acordo com as gestantes, seus parceiros exerceram intensa cobrança quanto ao desenvolvimento de ações de prevenção, porém estes não realizavam práticas de cuidados corporais ou uso de métodos contraceptivos de barreira para reduzir o risco da transmissão sexual do vírus.
Conclusões/Considerações Portanto, este estudo demonstra variações nas percepções de risco e estratégias de prevenção de gestantes de distintos estratos sociais após a epidemia do ZIKV no país. Dada a incerteza sobre novos surtos em cenários futuros, recomenda-se o fortalecimento de conhecimentos científicos nesta área a fim de fornecer subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas visando à adequada informação da população para enfrentamento da doença.
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