Sessão Assíncrona


SA3.10 - DOENÇAS DE TRANSMISSÃO VETORIAL: DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA (TODOS OS DIAS)

38409 - ANÁLISE DO FINANCIAMENTO DE PESQUISAS SOBRE DENGUE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE NO BRASIL, 2004 A 2020
GABRIELA BARDELINI TAVARES MELO - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA; MINISTÉRIO DA SAÚDE, ANTONIA ANGULO-TUESTA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, MARCOS TAKASHI OBARA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA


Apresentação/Introdução
A dengue é uma doença que ainda representa desafios para a saúde pública e ciência e tecnologia no Brasil, devido às constantes epidemias e aos avanços em relação à busca de soluções para o controle do vetor, desenvolvimento de métodos diagnósticos rápidos e baratos e diagnóstico diferencial para outras arboviroses.

Objetivos
Analisar o financiamento de pesquisas sobre dengue pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit/MS) e parceiros, no período de 2004 e 2020.

Metodologia
Estudo descritivo de dados secundários do Pesquisa Saúde, um repositório público, onde são registradas as pesquisas financiadas pelo Decit/MS. Os dados foram coletados em janeiro de 2022 e estratificados por ano de contratação, valor, sexo do/a coordenador/a da pesquisa, modalidade de fomento e região da instituição contemplada. Os valores foram atualizados conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (referência dezembro de 2021).

Resultados
Entre 2004 e 2020, financiou-se 232 pesquisas sobre dengue (R$ 164,03 milhões), coordenadas por pesquisadores do sexo masculino (56,0%), em universidades públicas (63,4%). Os recursos destinados para os pesquisadores homens (77,3%) foram três vezes maiores do que para as mulheres. As pesquisas concentram-se em instituições da região Nordeste (36,2%), porém 77,7% dos recursos destinaram-se para o Sudeste. O Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) financiou duas vezes mais pesquisas (65,9%) que o fomento nacional, mas os recursos concentraram-se nessa última modalidade (41,5%). A contratação direta foi a modalidade mais custosa (valor médio das pesquisas = R$ 8,65 milhões).

Conclusões/Considerações
O financiamento de pesquisas sobre dengue no Brasil se mostrou significativo, mas a distribuição foi desigual entre as regiões, sexo dos coordenadores/as e modalidades de fomento. A criação de uma agenda de pesquisa e o fomento de editais para a doença, além do fortalecimento do PPSUS podem ser estratégias que democratizem o acesso ao financiamento e reduzam as disparidades na distribuição de recursos para as pesquisas sobre dengue no Brasil.