Sessão Assíncrona


SA3.6 - ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS NA APS: TERRITÓRIOS E INTEGRAÇÃO (TODOS OS DIAS)

44225 - DESAFIOS E VIVÊNCIAS DE UMA CIRURGIÃ-DENTISTA RESIDENTE NEGRA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
CAROLINE MARTINS BRASIL - GHC, ANDRESSA AMARAL DARIVA - GHC, ALINE DE CARVALHO MOREIRA - GHC, SOFIA LOPES PICCININI - GHC, GABRIELA SILVEIRA TEIXEIRA - GHC


Período de Realização
O período de realização iniciou-se em março de 2022, a partir do começo da residência multiprofissional.

Objeto da experiência
Vivências como cirurgiã-dentista negra dentro da Atenção Primária.

Objetivos
Destacar vivências como cirurgiã-dentista negra na residência multiprofissional do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em uma Unidade de Saúde de Porto Alegre, e a importância de se refletir sobre a falta de profissionais de saúde negros, com ênfase na profissão da odontologia.


Metodologia
Relato de experiência sobre os desafios e as vivências como uma cirurgiã-dentista negra no cotidiano de uma Unidade de Saúde no município de Porto Alegre.


Resultados
Na Unidade de Saúde Jardim Leopoldina, observo questionamentos sobre minha formação, local, tempo de formação e experiência, sendo feitos em sua maioria por pacientes brancos. Quanto aos pacientes negros, a maioria relata sentir-se representada ao ser atendida por uma dentista negra. Também observo que a falta de profissionais de saúde negros, em específico de dentistas, é um fator que deve ser gerador de reflexões.


Análise Crítica
A odontologia é um curso elitizado em que raramente há representatividade de profissionais negros, e isso ocorre por inúmeras barreiras, como a falta de ações afirmativas na residência, falta de políticas de permanência estudantil, o racismo enfrentado durante o curso superior, o alto custo dos materiais e a não identificação dos estudantes negros com os colegas. Sou a única cirurgiã-dentista negra entre todos os os profissionais da rede do GHC, então o caminho é solitário e desafiador.


Conclusões e/ou Recomendações
A presença de dentistas negros é necessária em espaços de saúde, pois apenas assim a população negra sente-se representada. Para as crianças também é um incentivo, pois assim elas conseguem se imaginar em profissões da área da saúde que atualmente são compostas majoritariamente por profissionais brancos. O fortalecimento das políticas públicas e um incentivo para a permanência de estudantes negros também deve ser planejada.