Sessão Assíncrona


SA3.6 - ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS NA APS: TERRITÓRIOS E INTEGRAÇÃO (TODOS OS DIAS)

39784 - A INFLUÊNCIA DO FARMACÊUTICO NOS SERVIÇOS DE FARMÁCIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ANÁLISE COMPARATIVA 2014 E 2017
RAFAELA TAVARES PEIXOTO - ENSP/FIOCRUZ, MÔNICA RODRIGUES CAMPOS - ENSP/FIOCRUZ, VERA LUCIA LUIZA - ENSP/FIOCRUZ, LUIZ VILLARINHO MENDES - ENSP/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
O farmacêutico tem importante papel nas unidades de saúde da Atenção Primária à Saúde tanto nas ações voltadas para a gestão do medicamento como para atividades assistenciais do cuidado com o paciente, família e comunidade. No entanto, ainda são escassos no Brasil estudos que abordem de que forma o farmacêutico influencia na rede assistencial de saúde e como se dá sua distribuição no território.

Objetivos
O presente estudo tem o objetivo verificar se o cadastro de farmacêutico nas unidades básicas de saúde (UBS) no Brasil está associado aos aspectos estruturais da farmácia e à disponibilidade de medicamentos.

Metodologia
Trata-se de estudo transversal, retrospectivo e analítico, que utilizou dados secundários dos ciclos-2 (2014) e 3 (2017) da avaliação externa do Programa de Melhoria de Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e do cadastro de profissionais no banco do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) referentes aos anos de 2014 e 2017. Utilizou-se como variável exposição a presença ou não do farmacêutico cadastrado e como variáveis-desfecho, questões relacionadas à Assistência Farmacêutica (AF) e à disponibilidade de medicamentos ≥80%. Foram realizados testes uni, bi e multivariados, ao nível de 5% de significância, com uso do Programa SPSS V.22.0.

Resultados
Os resultados mostraram importante centralização na dispensação de medicamentos gerais e psicotrópicos ao longo do 2º e 3ºs ciclos PMAQ-AB. A redução no ciclo-3 em relação ao ciclo-2 foi também observada para o armazenamento e acondicionamento adequado de medicamentos (67,6% para 56,9%).
Observou-se melhora, entre ciclos, nos aspectos estruturais relacionados à presença de geladeira na farmácia (24,0% para 32,3%) e de UBS com sala de estocagem para medicamentos (42,8% para 50,8%). Além disso, também se observou melhora no total de UBS com disponibilidade de medicamentos ≥80% (20,6% para 29,6%). Tais avanços foram ainda maiores, entre ciclos, quando havia farmacêutico cadastrado na UBS.

Conclusões/Considerações
Através desse estudo foi possível identificar que a presença do farmacêutico nas UBS potencializa tanto a disponibilidade de medicamentos como também propicia melhores condições estruturais das farmácias APS. É importante transcender a lógica de se garantir desse profissional como mero requisito legal destituído de sentido prático, direcionado os esforços no sentido de contribuir para resultados em saúde para indivíduos, famílias e comunidade.