Sessão Assíncrona


SA3.6 - ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS NA APS: TERRITÓRIOS E INTEGRAÇÃO (TODOS OS DIAS)

39288 - GESTÃO DA QUALIDADE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA AVALIAÇÃO MUNICIPAL DE ESTRUTURA, PROCESSO E RESULTADO
JÉSSICA FERREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG), DANIELA SAVI GEREMIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL (UFFS)


Apresentação/Introdução
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é o modelo prioritário de organização e consolidação da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil. Iniciativas locais de avaliação e monitoramento de sua qualidade contribuem para a identificação das características dos serviços, suas fragilidades e possibilitam a estruturação de avanços.

Objetivos
Avaliar a qualidade dos serviços da ESF a âmbito municipal por meio da percepção dos profissionais sobre a dimensão estrutural desses serviços e seu processo de trabalho, e o resultado sob a ótica dos usuários da ESF.

Metodologia
Trata-se de uma pesquisa quantitativa com desenho transversal realizada no ano de 2018 a partir de coleta de dados primários no município de Chapecó, Santa Catarina. A amostra foi intencional, estratificada e proporcional. Foram entrevistados 95 profissionais, 48 enfermeiros e 47 médicos das equipes de Saúde da Família, e uma amostra de 203 usuários de todas as 26 unidades do município. O instrumento de coleta de dados foi fundamentado no modelo teórico de Avedis Donabedian. Utilizou-se análise estatística inferencial e regressão linear múltipla na análise dos dados, adotando-se um nível de confiança de 90%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFFS parecer 2.492.799.

Resultados
A análise das variáveis evidenciou que a qualidade da ESF no município avaliado é determinada pelos componentes estruturais do número de equipes de saúde por habitante, localização da unidade no território e disponibilidade de medicamentos. Na dimensão do processo de trabalho, apresentaram significância estatística o vínculo e longitudinalidade, a efetividade das visitas domiciliares, as iniciativas de apoio institucional e a adesão ao Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ). Por último, as formas de agendamento e qualidade das consultas, agilidade no atendimento na rede de atenção e o vínculo terapêutico foram os aspectos responsáveis pela satisfação dos usuários.

Conclusões/Considerações
Destacaram-se aspectos referentes à prática assistencial e gerencial dos serviços de ESF que conformam velhos desafios postos ao sistema de saúde brasileiro, sobretudo em um cenário de escassez de recursos. Direcionar esforços para a efetivação dos atributos da APS, integração dos serviços em redes vivas de cuidado, acolhimento à demanda espontânea/diversificação das formas de agendamento, e qualificação da gestão são caminhos a serem edificados.