SA3.5 - SABERES E PRÁTICAS NA APS: PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO (TODOS OS DIAS)
|
38333 - AÇÕES DE RESISTÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PIC) E O CUIDADO EM SAÚDE RITA DE CÁSSIA FERREIRA LOURENÇO - UNIFESP, LUCIANA TOGNI DE LIMA E SILVA SURJUS - UNIFESP
Apresentação/Introdução A pesquisa se desenhou a partir da prática profissional em equipe de saúde mental na atenção básica em Osasco, São Paulo, onde é desenvolvida, desde 2012, a Oficina Tai Chi como grupo aberto à população do território atendido. Atravessados pela pandemia da Covid-19, os encontros passaram a acontecer de forma síncrona, virtualmente via GoogleMeet. Assim também seguiram as Oficinas de Pesquisa.
Objetivos O objetivo geral da pesquisa foi compreender, pela ótica do usuário do SUS, se o Tai Chi, enquanto prática integrativa no território, potencializa a autonomia dos usuários na gestão do seu cuidado.
Metodologia O método proposto foi uma pesquisa qualitativa, sob a perspectiva da hermenêutica crítica e narrativa, considerando que a pesquisadora é parte integrante dos processos a serem pesquisados e esta metodologia contempla com rigor este pertencimento. Foram utilizadas Oficinas de Pesquisa para recolha de sentidos, trabalhados os núcleos argumentais, a construção da narrativa coletiva e sua devolutiva em “encontro hermenêutico”, quando os/as participantes se colocam e reveem a elaboração da narrativa, num processo horizontal de construção de conhecimento. Estas Oficinas se deram virtualmente, nos horários dos encontros de prática com os participantes.
Resultados Encontramos pistas que apontam para o entendimento do Tai Chi (prática corporal da Medicina Tradicional Chinesa que faz parte das Práticas Integrativas e Complementares-PIC) enquanto prática que sustenta uma autonomia e autocuidado subjetivos, relacionais, que proporciona bem-estar e qualidade de vida. Percebemos também a repercussão dessa prática numa percepção de um cotidiano mais autônomo para os/as participantes. Contudo, observamos que ainda persiste entre os/as participantes a forte influência do modelo biomédico hegemônico enquanto definidor de cuidado.
Conclusões/Considerações A metodologia qualitativa escolhida potencializou a horizontalidade na construção do conhecimento. A partir das discussões nas Oficinas de Pesquisa emergiu a proposta de construção de um Zine (“Liberdade para fazer Tai Chi!”) como Produto Técnico derivado da pesquisa. Pretende-se que os resultados possam contribuir para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde e das Práticas Integrativas e Complementares no SUS.
|