Sessão Assíncrona


SA3.4 - ACOLHIMENTO E PRODUÇÃO DE CUIDADO NA APS (TODOS OS DIAS)

38876 - ACESSIBILIDADE EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: UM ESTUDO DE ENFERMAGEM SOBRE AS EXPERIÊNCIAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E MOBILIDADE REDUZIDA
RENATA PEDREIRA DA CRUZ - ENSP


Apresentação/Introdução
Existem inúmeras barreiras arquitetônicas e atitudinais nas instâncias da sociedade que constituem interdição social, dificultando o acesso das pessoas com diferenças singulares aos bens sociais e o acesso aos serviços. Nesse sentido, A questão da acessibilidade deve ser considerada direito fundamental para atendimentos nos serviços de saúde.

Objetivos
O objetivo deste estudo é discutir as implicações da acessibilidade em unidades básicas de saúde (UBS) localizadas no Bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, com base nas experiências de usuários com deficiência e mobilidade reduzida.

Metodologia
Trata-se de uma pesquisa observacional, de campo, com abordagem quantiqualitativa, realizada entre dezembro de 2015 e março de 2016, com pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida, regularmente atendidos em duas Unidades Básicas de Saúde, localizadas em Botafogo, Rio de Janeiro, Brasil. Para avaliação da estrutura física das unidades utilizou-se um instrumento de avaliação de acordo com a NBR 9050/2004. Utilizou-se, também, um formulário com questões semi-abertas para caracterizar a população de acordo com as variáveis socioeconômicas. Para complementar os dados qualitativos utilizou-se o Medical Outcomes Study-Short Form, SF36, instrumento de avaliação genérica de qualidade de vida.

Resultados
Constatou-se que a falta de acessibilidade se dá pela ausência ou inadequação de pontos relacionados a degraus, escadas, sinalizações (visual, tátil, sonora) rampas, elevadores, acesso a recepção, consultórios. Além disso, questões como rota acessível interna não correspondiam aos pressupostos da NBR 9050 e não havia um quantitativo de funcionários aptos a comunicar-se em Libras. A partir das 80 entrevistas identificou-se, o impacto negativo da falta de acessibilidade como fator primário no que tange a interferência na autonomia, dependência/independência e no desenvolvimento/realização pessoal da PcD física e/ou restrição da mobilidade repercutindo na qualidade de vida dos mesmos.

Conclusões/Considerações
A estrutura das unidades da região de Botafogo, refletem a distância entre o texto e a prática das políticas para as pessoas com deficiência, evidenciado pela dificuldade de efetivar a acessibilidade dos espaços. Com tanto aparato legal que rege os critérios de acessibilidade, ainda há efetivamente barreiras arquitetônicas que cerceiam a liberdade e autonomia dos sujeitos.