Sessão Assíncrona


SA3.4 - ACOLHIMENTO E PRODUÇÃO DE CUIDADO NA APS (TODOS OS DIAS)

38620 - ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS SERVIÇOS DE SAÚDE: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ATENÇÃO BÁSICA NA CIDADE DO RECIFE
MARIA EDUARDA LIMA DE CARVALHO - CENTRO DE PESQUISA AGGEU MAGALHÃES DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (CPQAM/FIOCRUZ), MARIA DO SOCORRO VELOSO DE ALBUQUERQUE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE), TEREZA MACIEL LYRA - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO (UPE)


Apresentação/Introdução
O acesso é um desafio para o sistema de saúde, sobretudo quando se pensa em redes de atenção robustas, articuladas e resolutivas. No caso da saúde das pessoas com deficiência (PCD), a consolidação da rede cuidado implantada em 2012, tem requerido da atenção básica a efetiva coordenação do cuidado, a partir das necessidades identificadas no território e articulação com os outros pontos da rede.

Objetivos
O estudo analisou o acesso à saúde da pessoa com deficiência na rede de atenção básica do Recife a partir da dimensão do acesso Adequação.

Metodologia
Trata-se de um estudo de caso, de abordagem qualitativa que utilizou entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde da rede de atenção básica da cidade do Recife. As entrevistas foram analisadas a partir da dimensão de adequação do acesso proposta por Levesque, Harris e Russell (2013). Essa dimensão do acesso refere-se ao arranjo existente entre o serviço e as necessidades do usuário, quais serviços são prestados e de que modo são prestados, relacionando-se a aspectos como qualidade técnica e interpessoal, coordenação e continuidade do cuidado. Foi utilizada a análise de conteúdo temática, através da técnica Condensação de Significados.

Resultados
Os achados apontam para um incipiente vinculo dos serviços da atenção básica com as PCD, com baixo conhecimento de suas necessidades; barreiras comunicacionais e atitudinais foram identificadas na relação entre as PCD e os profissionais; incipientes processos de educação permanente na perspectiva do modelo social da deficiência e preponderância do modelo biomédico e capacitista, expresso na percepção dos profissionais; frágil articulação entre AB e atenção especializada pela insuficiente oferta, como também pela não condução compartilhada dos casos. Foi evidenciado que há lacunas importantes na continuidade e coordenação do cuidado das pessoas com deficiência, a partir da atenção básica.


Conclusões/Considerações
O acesso das pessoas com deficiência aos serviços de saúde, a partir da atenção básica, foi dificultado por problemas como qualidade técnica e interpessoal, barreiras comunicacionais e atitudinais; coordenação e continuidade do cuidado, com baixa articulação entre serviços e ações de saúde. Ademais, considera-se que a fragilidade na adequação pode interferir na capacidade das PCD de se envolverem e de se empoderarem do seu processo de cuidado.