Sessão Assíncrona


SA3.3 - SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (TODOS OS DIAS)

40415 - TRATAMENTO INTERDISCIPLINAR DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES: A EXPERIÊNCIA DO NAPTA/UERJ
CRISTIANE MARQUES SEIXAS - UERJ, CAROLINA OLIVEIRA COUTINHO - UERJ, THAMIRES MONTEIRO LARANJEIRA MOTA - UERJ, THAIS NASCIMENTO CONDE - UERJ, LIVIA BARBOSA CORRÊA - UERJ, MAYARA CEZÁRIO PORPHIRIO - UERJ, CAROLINE FERNANDES ALMEIDA - UERJ, ARUANNA CAJATY SOARES - UERJ, GABRIELLE REIS - UERJ, ALESSANDRA PINHEIRO MULDER - UERJ


Período de Realização
Início em março de 2021 e em andamento

Objeto da experiência
Reestruturação do Núcleo de Assistência e Pesquisa a Transtornos Alimentares a partir da perspectiva psicanalítica (NAPTA/UERJ)

Objetivos
Apresentar a experiência de reestruturação do serviço de atendimento interdisciplinar a transtornos alimentares NAPTA/UERJ e os desafios para a recomposição da equipe a partir da perspectiva psicanalítica, problematizando os efeitos da lógica neoliberal sobre a formação do profissionais de saúde

Metodologia
O NAPTA atende pessoas com Transtornos Alimentares (TA) desde 2011 e insere-se na rede de atenção especializada do SUS como serviço integrado às atividades de assistência da Policlínica Piquet Carneiro/UERJ. A reestruturação do serviço articula ensino, pesquisa e extensão e sustenta-se na construção de uma equipe interdisciplinar formada por nutricionistas, psicanalistas e psiquiatras que se reúnem em torno da proposta da construção do caso clínico (VIGANÓ, 2010)

Resultados
Nas reuniões visa-se reunir narrativas dos profissionais de saúde e encontrar o ponto onde falta o saber, o qual paradoxalmente evidencia o lugar do sujeito e da doença que o acometeu. Os profissionais voluntários contribuem nos atendimentos, no delineamento de critérios, nas parceiras dentro da PPC e na construção do fluxo interno de pacientes. Essa perspectiva inovadora tem se revelado potente instrumento de avaliação e melhoria da qualidade clínica do trabalho interdisciplinar

Análise Crítica
O tratamento dos TAs é fortemente influenciado pelas teorias comportamentais, que prometem resultado rápido e eficaz. Na formação em saúde, pesquisa e prática correm o risco de se tornar mercadorias, fazendo cumprir a lógica que visa a gestão neoliberal do sofrimento. Podemos observar que a recusa à psicanálise no tratamento TAs deve-se ao fato de que esta opera em oposição à racionalização exacerbada proposta pelas abordagens comportamentais, aspecto que muitas vezes é gerador de angústias

Conclusões e/ou Recomendações
Entende-se que a psicanálise, ao privilegiar o inconsciente como pivô dos impasses no campo alimentar-nutricional, deve ser retomada como referência para o tratamento interdisciplinar dos TAs e da obesidade. Essa retomada permite interrogar o acolhimento desses sujeitos e os itinerários por eles feitos nos serviços de saúde, cada vez mais capturados pela lógica neoliberal que negligencia a complexidade de quadros como dos transtornos alimentares