SA3.3 - SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (TODOS OS DIAS)
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40012 - PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A EM MULHERES EM IDADE FÉRTIL NO BRASIL: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE CAROLINA MULLER FERREIRA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS, MARCUS TOLENTINO SILVA - UNIVERSIDADE DE SOROCABA, PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS, JULICRISTIE M. OLIVEIRA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, ESCOLA DE CIÊNCIAS APLICADAS, DOROTEIA APARECIDA HÖFELMANN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO, DANIELA FERNANDA DOS SANTOS ALVES - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, FACULDADE DE ENFERMAGEM, WESLEY WILLIAN GOMES DA SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS, TAIS FREIRE GALVÃO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Apresentação/Introdução A deficiência de vitamina A é a causa mais importante de cegueira noturna e constitui fator de risco para morbidade e mortalidade na infância e no período reprodutivo, especialmente em países de baixa e média renda.
Objetivos Avaliar a prevalência de deficiência de vitamina A em mulheres brasileiras em idade fértil.
Metodologia Realizamos uma revisão sistemática com meta-análise de estudos que avaliaram a deficiência de vitamina A em mulheres em idade fértil de acordo com o protocolo registrado previamente (CRD42020171856). Pesquisadores independentes e aos pares selecionaram os estudos recuperados do MEDLINE, Embase, Scopus, LILACS, SciELO, teses e dissertações brasileiras. Os dados dos estudos elegíveis foram extraídos por pesquisadores aos pares e avaliados quanto à qualidade metodológica. A prevalência de deficiência de vitamina A (definida como retinol sérico <0,70 µmol/L ou <0,20 µg/dL) e intervalo de confiança (IC95%) foram analisados por meta-análise e a heterogeneidade foi estimada pelo I².
Resultados Dos 3.610 estudos recuperados nas buscas, foram incluídos 32 estudos, que avaliaram 12.577 mulheres em estudos realizados entre 1965 a 2017, a maioria em maternidades. As principais limitações dos estudos foram a fonte amostral (30/32) e método de amostragem (29/32). A deficiência ocorreu em 13% (IC95%: 9,4-17,2%; I²=97%) de todas as mulheres, sendo maior entre gestantes (16%; IC 95%: 5,6-30,6%; I²=98%) do que em mulheres não grávidas (12%; IC 95%: 8,4-16,8%; I²=96%). A prevalência aumentou de acordo com a década, de 9% (IC95%: 1,9-21,6%; I²=98%) até 1990, 11% (IC95%: 7,9-14,2%; I²=86%) na década de 2000 e 18% (IC95%: 8,7-29,0%; I²=98%) na década de 2010.
Conclusões/Considerações Mais de 10% das mulheres brasileiras em idade fértil apresentam deficiência de vitamina A. Maior prevalência foi observada em gestantes, e a deficiência parece estar aumentando ao longo das décadas. A baixa representatividade dos estudos, principalmente baseada em amostragem por conveniência, que incluiu gestantes, puérperas, lactantes e não gestantes, bem como a alta heterogeneidade dos estudos, limitam os achados.
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