Sessão Assíncrona


SA3.2 - ANÁLISES E DESAFIOS PARA POLITICAS DE CUIDADO DAS IST/HIV /AIDS (TODOS OS DIAS)

43417 - INICIAÇÃO DE PREP ENTRE ADOLESCENTES HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS, TRAVESTIS E MULHERES TRANS EM CLÍNICAS DE PREP NO BRASIL
FABIANE SOARES - ISC/UFBA, LAIO MAGNO - UNEB, JONY ARRAIS PINTO JÚNIOR - UFF, ALEXANDRE GRANGEIRO - USP, DIRCEU GRECO - UFMG, INÊS DOURADO - ISC/UFBA, PREP1519 BRAZIL STUDY GROUP - ISC/UFBA


Apresentação/Introdução
Nos últimos anos, a incidência de HIV aumentou em adolescentes homens que fazem sexo com homens (aHSH), travestis e mulheres trans (aTrMT). A expansão de estratégias de prevenção, incluindo a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), é fundamental para o controle da epidemia. Recentemente, a oferta de PrEP foi ampliada no SUS para pessoas entre 15 e 17 anos, sexualmente ativas e vulneráveis ao HIV.

Objetivos
Analisar a proporção e descrever as características de escolha de PrEP em aHSH e aTrMT, na primeira consulta e ao longo do tempo na coorte PrEP1519.

Metodologia
O PrEP1519 é um estudo demonstrativo, que oferta PrEP para aHSH e aTrMT, de 15 a 19 anos, em São Paulo, Salvador e Belo Horizonte. Os adolescentes que procuraram os serviços foram classificados em 4 grupos, de acordo com a indicação para o início de PrEP: 1. sem indicação; 2. início de PrEP na primeira consulta; 3. início de PrEP após a primeira consulta; e 4. com indicação, sem início de PrEP. Os grupos foram descritos e comparados segundo o momento da iniciação da PrEP (no primeiro atendimento ou posterior), usando testes de 2 e Exato de Fisher. As análises foram realizadas no software R v.4.1.0, considerando nível de significância estatística de 5%.

Resultados
Dos 1.254 adolescentes que chegaram aos serviços, 61 (4,9%) não tinham indicação de PrEP, por contraindicação clínica ou baixa vulnerabilidade ao HIV. 1113 (88,8%) iniciaram a PrEP durante o estudo e 80 (6,7%), mesmo tendo indicação, não fizeram uso. Dos que iniciaram PrEP, 972 (87,3%) o fez no primeiro atendimento e 141 (12,7%) em algum momento posterior; 50% dos adolescentes sem início no mesmo dia, começaram a utilizá-la ainda nos primeiros 42 dias pós o primeiro atendimento. Ao comparar os grupos segundo tempo de iniciação, observou-se que adolescentes relatando sexo anal sem preservativos nos últimos 6 meses iniciaram a PrEP em maior proporção no primeiro atendimento clínico (p<0,05).

Conclusões/Considerações
A iniciação da PrEP no primeiro atendimento clínico dos aHSH e aTrMT foi elevada e concentrada em pessoas com maior risco ao HIV. Assim, evidencia a importância e necessidade de promover a oferta e acesso da PrEP entre adolescentes que se encontram em contexto de alta vulnerabilidade ao HIV, pensando em estratégias de comunicação efetivas para o público jovem e organização das unidades de saúde para essa demanda.