Sessão Assíncrona


SA3.2 - ANÁLISES E DESAFIOS PARA POLITICAS DE CUIDADO DAS IST/HIV /AIDS (TODOS OS DIAS)

42480 - USO DE ÁLCOOL ENTRE MULHERES TRANS VIVENDO COM HIV REGIÃO CENTRAL DO BRASIL
LARISSA SILVA MAGALHÃES - UFG, KARLLA ANTONIETA AMORIM CAETANO - UFG, MEGMAR APARECIDA DOS SANTOS CARNEIRO - UFG, KAMILA CARDOSO DOS SANTOS - UFG, BRUNO DINIZ DA SILVA - UFG, GABRIEL FRANCISCO DA SILVA FILHO - UFG, GRAZIELLE ROSA DA COSTA E SILVA - UFG, WINNY EVENY ALVES MOURA - UFG, ROBERT LEWIS COOK - UF, SHEILA ARAÚJO TELES - UFG


Apresentação/Introdução
As mulheres transgêneras são desproporcionalmente afetadas pelo HIV e foi estimada uma prevalência global de 19,1%. E alguns estudos tem mostrado que o consumo de álcool entre pessoas vivendo com HIV tem sido associado à não adesão ao tratamento antirretroviral e à progressão acelerada da doença pelo HIV. No Brasil, pouco se sabe sobre o uso de álcool nesse segmento populacional.

Objetivos
Comparar o uso de álcool em mulheres trans vivendo com HIV vs as que não vem com HIV em Goiás, Centro-Oeste do Brasil.

Metodologia
Trata-se de estudo transversal com 440 mulheres trans, em três cidades goianas. A coleta de dados foi realizada entre abril de 2018 a agosto de 2019.Todas as participantes responderam um questionário e para o rastreamento do consumo de álcool foi utilizado Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT).Uso de álcool nos últimos 12 meses, binge drinking,consumo de risco, dificuldade em parar de beber e falha em completar tarefas após beber. As participantes foram questionadas se já haviam feito o teste de HIV e sobre o resultado do teste. O teste de qui-quadrado com correção de Pearson foi utilizado para avaliar diferença entre proporções. Valor de p <0,05 foram considerados significativos.

Resultados
Do total de mulheres trans, 382 (87%) relataram testagem prévia para anti-HIV. Dessas, 20,2% afirmaram viver com HIV. Dentre as 382 mulheres trans, não foi identificada diferença estatística significativa entre as que vivem com HIV vs. as que não vivem com HIV: uso de álcool nos últimos 12 meses (85.7% vs. 84.6%; p = 0.946); binge drinking (62.3% vs. 52,1%; p = 0.139); consumo de risco de álcool (63.6% vs. 57.7%; 0.415) and dificuldade de parar de beber (37.7% vs. 28.9%; p = 0.174). No entanto, falha em completar tarefas após beber foi mais frequente em mulheres vivendo com HIV comparadas as que não viviam (36.4% vs, 23.9%, p = 0.39).

Conclusões/Considerações
Os resultados deste estudo ratificam uma elevada frequência de uso de álcool em mulheres trans, evidenciando que seu uso é fenômeno comum nessa população a despeito de viverem ou não com HIV. E por isso, são necessárias ações que visem a criação ou fortalecimento de políticas públicas de prevenção e tratamento do uso do álcool no Brasil, incluindo as especificidades dessa população que apresenta inúmeras vulnerabilidades