SA3.2 - ANÁLISES E DESAFIOS PARA POLITICAS DE CUIDADO DAS IST/HIV /AIDS (TODOS OS DIAS)
|
39853 - ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA DA ESCALA PEDIA DE AVALIAÇÃO DE BARREIRAS PERCEBIDAS PARA A ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (PEDIA) VICTOR CHAGAS MATOS - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA (ENSP/FIOCRUZ), THIAGO SILVA TORRES - INSTITUTO NACIONAL DE INFECTOLOGIA EVANDRO CHAGAS (INI/FIOCRUZ), PAULA MENDES LUZ - INSTITUTO NACIONAL DE INFECTOLOGIA EVANDRO CHAGAS (INI/FIOCRUZ)
Apresentação/Introdução Cerca de 30% das pessoas que vivem com HIV (PHV) no Brasil apresentam adesão insatisfatória à terapia antirretroviral (TARV). Evidências apontam que barreiras percebidas são um dos maiores preditores de comportamentos em saúde, porém, há pouca evidência do efeito das barreiras percebidas sobre adesão à TARV no Brasil. A escala PEDIA foi a primeira desenvolvida para explorar essa relação no país.
Objetivos Validar as propriedades psicométricas da escala PEDIA, sua consistência interna e a confiabilidade em mensurar as barreiras percebidas de dificuldades com a TARV entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (GBM) no Brasil.
Metodologia Adultos residentes no Brasil foram recrutados online entre fevereiro e março de 2020 por meio de anúncios no Hornet, aplicativo de encontros para GBM. 1746 participantes que viviam com HIV e faziam uso de TARV no momento da pesquisa completaram o questionário. O modelo estrutural da escala PEDIA (18 itens) foi estimado utilizando mínimos quadrados ponderados ajustados para média e variância e o ajuste foi avaliado a partir do RMSEA, CFI, TLI e SRMR. A consistência interna e a confiabilidade do instrumento foram analisadas por meio das cargas fatoriais e do coeficiente alfa de Cronbach. Índices de modificação foram inspecionados.
Resultados O modelo foi inicialmente estimado como originalmente proposto, apresentando ajuste moderado (RMSEA=0,070, CFI=0,882, TLI=0,863, SRMR=0,079), com cargas fatoriais abaixo de 0,05 para dois eixos (tratamento, medo). A consistência interna foi satisfatória (alfa de Cronbach>=0,643). A partir dos índices de modificação, uma versão modificada da escala foi feita excluindo-se 1 item do eixo tratamento e 5 itens do eixo medo. Os indicadores de ajuste mostraram melhor desempenho (RMSEA=0,052, CFI=0,962, TLI=0,951, SRMR=0,050), com evidência de validade convergente (cargas fatoriais acima de 0,05) e consistência interna semelhante a do modelo anterior (coeficiente alfa de Cronbach>=0,628).
Conclusões/Considerações Os resultados indicam que a escala PEDIA em sua íntegra (18 itens) tem ajuste moderado e consistência interna satisfatória. A versão alternativa (12 itens) exibe boas propriedades psicométricas e validade convergente. Embora seja importante cautela, uma escala adaptada com menos itens e boas propriedades psicométricas é benéfica do ponto de vista empírico, já que reduz o tempo de participação do respondente, importante em inquéritos online.
|