SA3.1 - SAÚDE DO ADOLESCENTE (TODOS OS DIAS)
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42559 - UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE POR ADOLESCENTES EM CAMPINAS: ANÁLISE POR SEXO E RAÇA VIVIAN CASTRO LEMOS - UNICAMP, LHAIS DE PAULA BARBOSA MEDINA - UNICAMP, MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - UNICAMP, MARGARETH GUIMARÃES LIMA - UNICAMP
Apresentação/Introdução A adolescência compreende uma fase de transformações físicas, emocionais e comportamentais, determinantes de uma boa saúde futura. O uso adequado de serviços de saúde por adolescentes pode contribuir nesse processo. As desigualdades de raça e sexo no uso de serviços de saúde têm sido evidenciadas nos subgrupos populacionais de idosos e adultos, mas pouco se conhece em relação aos adolescentes.
Objetivos O trabalho tem o objetivo de estimar as prevalências de uso de serviços de saúde em adolescentes de Campinas, segundo sexo e raça/cor da pele (brancos e negros).
Metodologia Trata-se de um estudo de base populacional conduzido com amostra representativa da população de Campinas em 2014/15. Entrevistou-se 1.022 adolescentes, com 10 a 19 anos. As variáveis independentes utilizadas para as análises foram sexo (masculino, feminino) e raça-cor (brancos, pretos e pardos que compuseram os negros). Foram estimadas as prevalências de indicadores do uso de serviço de saúde segundo sexo e raça, no total e em análises estratificadas. O teste de Qui-quadrado com correção de Rao-Scott foi utilizado para as comparações. Com análises de Regressão Múltipla de Poisson avaliou-se as razões de prevalências ajustadas por idade.
Resultados Os principais motivos de consulta realizadas pelos adolescentes foram alguma doença ou problema de saúde (45,1%); rotina (43,4%) e lesão (5,3%). 85,2% se sentiu bem orientado quanto ao problema. A prevalência de consulta de rotina foi maior nas meninas (RP=1,17) e na população branca; lesão foi maior entre os meninos (RP=0,47) e os negros. As meninas realizaram mais consultas no último ano (RP=1,08), mas também, junto com os negros referiram mais problemas não atendidos. O Sistema Único de Saúde abarcou 65,2% dos atendimentos e este valor foi superior nos negros. A maior prevalência do relato de atendimento ruim ou muito ruim esteve entre os negros, mas apenas nos meninos e não nas meninas.
Conclusões/Considerações Já na adolescência os meninos buscam serviços por lesões e menos para consultas de rotina em relação às meninas, o que deve ser repensado nos adolescentes para mudanças futuras. O relato de atendimento ruim e muito ruim entre os meninos negros, mostra possíveis discriminações desencadeando iniquidades no SUS. A detecção dessas disparidades permite guiar estratégias políticas de saúde para amenizar vulnerabilidades e garantir equidade.
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