Sessão Assíncrona


SA3.1 - SAÚDE DO ADOLESCENTE (TODOS OS DIAS)

41863 - A DOR QUE EMERGE EM PERÍODOS DE MUDANÇAS: PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS RESIDENTES EM ÁREAS URBANAS
ELIDELMA DOS SANTOS PINHEIRO - UEFS, TÂNIA MARIA DE ARAÚJO - UEFS, JULES RAMON BRITO TEIXEIRA - UEFS, NATÁLIA DO CARMO ARAÚJO - UEFS, ARIANE CEDRAZ MORAIS - UEFS, MACIEL ALVES DE MOURA - UEFS, TARCISO DE FIGUEIREDO PALMA - UEFS


Apresentação/Introdução
As fases da adolescência e adulta jovem são caracterizadas por conflitos entre o estabelecimento da identidade, definição de papeis e estabelecimento da independência. Adolescentes e adultos jovens vivenciam vulnerabilidades individuais e comportamentais, as quais podem vir acompanhadas de conflitos familiares e de identidade, que podem ser preditivos para ocorrência de depressão.

Objetivos
Estimar a prevalência de depressão em adolescentes (ADL) e adultos jovens (ADJ) e avaliar os fatores associados à ocorrência desse transtorno mental.

Metodologia
Estudo transversal, com população de 15 anos ou mais proveniente da segunda onda (2018/19) da coorte prospectiva “Vigilância em saúde mental e trabalho: uma coorte da população de Feira de Santana-BA”. Selecionou-se a amostra por procedimento de amostragem complexa em dois estágios de agrupamento (setores censitários e ruas), estratificados por subdistritos. Foram avaliados dados sociodemográficos, ocupacionais, hábitos de vida e satisfação. Depressão foi avaliada pelo Patient Health Questionnaire- PHQ-9. O Mini Sleep Questionnaire (MSQ) avaliou o sono. Foram estimadas prevalências de depressão e processada análise bivariada, adotando-se p<0,05 para associações estatísticas significantes.

Resultados
Participaram 783 ADL/ADJ; 778 responderam ao PHQ-9. A prevalência de depressão foi 8,6% na amostra e nos estratos de ADL/ADJ. Associaram-se à depressão apenas em ADJ, sexo feminino (12,7%, p<0,001), não ter companheiro/a (10,3%, p=0,026), não praticar atividades socioculturais (25,0%, p=0,006), saúde autorreferida ruim (ADJ=18,7%, p<0,001); em ambos: não praticar atividades de lazer (ADL=23,1%, p=0,010; ADJ=18,6%, p=0,004); insatisfação com as relações pessoais (ADL=23,8%; ADJ=25,8%, ambos p<0,001) e consigo mesmo (ADL=28,6%; ADJ=24,4%, ambos
p<0,001); qualidade do sono ruim (ADL=20,3%; ADJ=24,1%, ambos p<0,001); vivência de violência física/emocional (ADL=31,8%; ADJ=28,3%, ambos p<0,001).

Conclusões/Considerações
Diferenciais de gênero, relacionamento conjugal, fatores socioculturais e percepção de saúde contribuíram para a depressão em ADJ. A insatisfação consigo mesmo e com as
relações pessoais influenciaram a ocorrência entre ADL e ADJ. Praticar atividades de lazer e promover a qualidade do sono são estratégias essenciais para diminuir os impactos sobre sua saúde mental. A identificação e tratamento precoces evitará agravamento na fase adulta.