24/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC3.32 - O DESAFIO DA PREVENÇÃO E CUIDADO NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA NO SUS |
41885 - DEPOIS DA REVELAÇÃO: A PERSPECTIVA DAS MULHERES SOBRE O CUIDADO RECEBIDO E MUDANÇAS OCORRIDAS APÓS O RELATO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE STEPHANIE PEREIRA - FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, LILIA BLIMA SCHRAIBER - FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, ANA FLÁVIA LUCAS PIRES D’OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, STEPHANIE PEREIRA - FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, LILIA BLIMA SCHRAIBER - FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, ANA FLÁVIA LUCAS PIRES D’OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Apresentação/Introdução A violência doméstica contra a mulher (VDCM) é um problema complexo, multifacetado e com grande impacto na saúde das mulheres. Estudos mostram que intervenções nos serviços de atenção primária à saúde (APS) resultam no aumento da identificação e encaminhamento dos casos para serviços da rede intersetorial, porém, os impactos do cuidado recebido na vida e saúde das mulheres é tema pouco explorado.
Objetivos O objetivo deste estudo é explorar as perspectivas de mulheres em situação de VDCM sobre o cuidado recebido na APS após revelarem a situação vivida, além de analisar os impactos em sua saúde, projeto de vida e situação de violência.
Metodologia Pesquisa qualitativa longitudinal. Esse estudo integra a fase avaliativa de uma pesquisa multicêntrica que desenvolveu, implementou e avaliou uma intervenção para aprimorar a resposta da APS aos casos de violência doméstica contra a mulher. O estudo foi conduzido em 8 Unidades Básicas de Saúde (UBS) na cidade de São Paulo. Entre Junho de 2021 a Junho de 2022, realizamos 13 entrevistas com 5 mulheres em situação de violência doméstica. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas. Analisamos cada caso individualmente e posteriormente compusemos uma análise de casos múltiplos.
Resultados As entrevistadas não reconheciam a APS como serviço para lidar com a situação de VDCM e, com exceção de uma, nunca haviam revelado o problema antes na UBS. A postura dos profissionais em perguntar ativamente e a atitude não julgadora em relação à sua situação foram cruciais para elas romperem o silêncio. A UBS foi identificada como um importante serviço na divulgação de direitos e para referenciá-las aos serviços da rede intersetorial. Os episódios de violência diminuíram em todos os casos, mesmo para as mulheres que permaneceram na relação. Os sintomas de saúde mental melhoram a curto prazo, mas o acesso restrito aos serviços devido à pandemia de COVID resultou no agravamento dos quadros.
Conclusões/Considerações Características próprias da APS colocam estes serviços em posição privilegiada para a identificação, cuidado e encaminhamento dos casos de VPI para a rede especializada. O cuidado centrado na mulher e decisões assistenciais compartilhadas, foram essenciais para a vinculação à APS e aos demais serviços da rede. Essa modalidade de cuidado amplia a autonomia das mulheres, possibilitando seu reconhecimento como sujeito de direitos.
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