44773 - EVOLUÇÃO DA ENDEMIA DE HANSENÍASE NO BRASIL ENTRE 2001 A 2020: UMA ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL ELAINE CARDOSO DE OLIVEIRA SOUZA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – CUIABÁ (MT), BRASIL., LÚBIA MAIELES GOMES MACHADO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – CUIABÁ (MT), BRASIL., EMERSON SOARES DOS SANTOS - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA, INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – CUIABÁ (MT), BRASIL.
Apresentação/Introdução Nas últimas décadas, a carga mundial da hanseníase vem declinando notavelmente, restando poucos países que não atingiram seu controle, dentre esses, o Brasil. Estudos de análise espaço temporal são relevantes aos programas de eliminação da hanseníase, pois fornecem análise gráfica de indicadores epidemiológicos, distribuição espacial, gravidade da doença e identificação de bolsões endêmicos.
Objetivos O objetivo do estudo foi identificar as áreas de alto e baixo risco (clusters) para casos novos de do Brasil, no período de 2001 a 2020.
Metodologia Trata-se de uma análise espacial e temporal dos casos novos de hanseníase, notificados ao SINAN no período de 2001 a 2020. Os dados populacionais foram obtidos a partir das estimativas intercensitárias do IBGE. As taxas de detecção anuais foram construídas através das médias móveis para os triênios de 2001-2003, 2009-2011 e 2018-2020, posteriormente foi realizada regressão linear através do Microsoft Excel® 2010. Na análise espacial foi utilizada a estatística scan espacial, tendo como unidades de análise os 5.572 municípios brasileiros. Foi utilizado o modelo com distribuição Poisson, considerando valor de p ≤ 0,05 (teste da razão de verossimilhança) e raio de busca de até 500km.
Resultados No Brasil, a taxa de detecção média foi de 23,02 casos novos por 100 mil habitantes, com tendência significativa de redução (β= -0,984; R² = 0.9158; p <0,001). A varredura espaço-temporal identificou 15 clusters, sendo 10 de alto risco relativo (RR >2) localizados no Maranhão (RR 5,80), Rondônia (RR 5,04), Mato Grosso (RR 4,77), Acre (RR 3,59), Pará (RR 3,39), Bahia (RR 2,55), Amazonas (RR 2,34), Amapá (RR 2,01) e Pernambuco com dois clusters (RR 4,15 e 2,75). Também foram identificados 05 clusters de baixo risco relativo (RR<1) localizados nos estados do Rio Grande do Sul (RR 0,08), São Paulo (RR 0,17), Rio Grande do Norte (RR 0,28), Bahia (RR 0,49) e Mato Grosso do Sul (RR 0,50).
Conclusões/Considerações Os resultados sugerem que embora haja uma tendência de redução da taxa de detecção dos casos novos de hanseníase no Brasil, algumas áreas permanecem classificadas como hiper endêmicas, necessitando assim de maior investigação e atenção. Através dos métodos empregados no presente estudo, é possível apontar os estados do Mato Grosso, Pará, Maranhão e Tocantins como áreas prioritárias para implantação de ações de controle da hanseníase no Brasil.
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