24/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC3.29 - DOENÇAS DE TRANSMISSÃO VETORIAL E SEU IMPACTO NO BRASIL |
40494 - EPIDEMIOLOGIA DAS LEISHMANIOSES EM MINAS GERAIS: ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL E EFEITO DE COORTE DE NASCIMENTO NA MORBIMORTALIDADE MATEUS AGUILAR BATISTA - UFMG, TAYNÃNA CÉSAR SIMÕES - NESPE - FIOCRUZ MINAS
Apresentação/Introdução As Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) acometem fortemente populações vulneráveis. No Brasil, as leishmanioses ocupam o 3º lugar em óbitos entre as DTN. Em 2014, a proporção entre indicadores DALY (anos de vida perdidos ajustados por incapacidades) comparando Brasil e América Latina e Caribe, correspondeu a 93% para Leishmaniose Visceral (LV) e 39% para Leishmaniose Tegumentar (LT) no país.
Objetivos Analisar as tendências temporais e padrões espaciais da incidência e mortalidade por LV e LT nos municípios de Minas Gerais. E avaliar os efeitos de idade, período e coorte de nascimento na evolução temporal das taxas de mortalidade pela doença.
Metodologia Casos anuais de LV e LT (2007 a 2019) e óbitos (2000 a 2019) foram obtidos do SINAN e SIM (DATASUS/MS). Os agravos foram coletados por faixas etárias para fins de padronização das taxas, tendo a população de Minas Gerais no ano de 2010 como padrão. Dados populacionais foram obtidos do IBGE. Como ferramentas analíticas, os agravos foram descritos usando medidas resumo estatísticas e gráficos de séries temporais, além de mapeamento. As mudanças significativas no tempo foram avaliadas por meio de Modelos Aditivos Generalizados (GAM) e riscos municipais por Modelos Autorregressivos Condicionais (CAR). Efeito de coorte foi avaliado através de modelos Idade-Período-Coorte (APC).
Resultados A morbimortalidade varia em Minas Gerais. Houve tendência de aumento de LV nos municípios das Regiões de Planejamento (RP) Norte e Rio Doce, e pico de LT em 2017, maior no Norte e Jequitinhonha-Mucurí. A incidência de casos no período tende a ser maior no Norte, Noroeste e Jequitinhonha-Mucurí, enquanto mortalidade é maior na Zona da Mata. No entanto, existe variabilidade intra RP importante, avaliada pelos riscos estimados pelos modelos espaciais. Os modelos APC (Age-Period-Cohort) estimam a contribuição dos termos efeitos de idade, período e coorte de nascimento separadamente na evolução das taxas, avaliando quais fatores são mais diretamente responsáveis pela evolução temporal observada.
Conclusões/Considerações O contínuo monitoramento temporal, avaliação da heterogeneidade espacial e análise da dispersão geográfica ao longo do tempo das taxas de incidência e mortalidade de agravos em saúde, em particular das leishmanioses, é de extrema importância para a Vigilância Epidemiológica, permitindo direcionar ações para regiões de maior risco e em tempo oportuno.
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