Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC3.29 - DOENÇAS DE TRANSMISSÃO VETORIAL E SEU IMPACTO NO BRASIL

40428 - BARREIRAS DE ACESSO AOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE NA PERSPECTIVA DE CUIDADORES DE CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS
DENISE VASCONCELOS FERNANDES - UNEB, MARCIO COSTA DE SOUZA - UNEB, JORGE LOPES CAVALCANTE NETO - UNEB


Apresentação/Introdução
A Síndrome Congênita do Zika vírus (SCZ) é caracterizada por um conjunto de manifestações que podem comprometer o neurodesenvolvimento e a funcionalidade das crianças afetadas. Configurando-se num problema de saúde pública, são necessários esforços para a oferta do cuidado integral. Neste contexto, as famílias têm enfrentado desigualdades no acesso aos direitos e aos serviços de saúde.

Objetivos
Identificar as barreiras de acesso aos serviços públicos de saúde para crianças com Síndrome Congênita do Zika vírus na perspectiva de seus cuidadores

Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza exploratória, realizado com cuidadores de 6 crianças com SCZ, ambos os sexos (4 meninos e 2 meninas), atendidas em um Centro Especializado em Reabilitação II -CER II - da cidade de Jacobina, Bahia, Brasil. Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas, seguindo o critério de saturação das informações. A interpretação foi feita com base na análise de conteúdo de Bardin, adaptado por Minayo. Realizou-se a classificação das falas em núcleos de sentidos, que deram origem à categoria: barreiras de acesso às crianças com SCZ. Por fim, prosseguiu-se a análise dos dados, considerando-os com a literatura científica disponível.

Resultados
As barreiras encontradas pelos cuidadores das crianças com SCZ no acesso aos serviços de saúde encontram-se no campo geográfico – reveladas pelas distâncias para chegar às instalações do CER e dificuldades com transporte; econômico - perda do trabalho (e por consequência, renda) para dedicar-se aos cuidados exclusivos com a criança, custos com transporte, medicamentos, e dificuldade de acesso ao benefício previdenciário; funcional – visto a partir da expressão da cobertura apenas parcial das demandas de saúde das crianças e suas famílias – e no campo comunicacional, especialmente no momento da descoberta e diagnóstico das crianças, demonstrando falhas na relação profissional-usuário.

Conclusões/Considerações
As barreiras relacionadas ao deslocamento, questões financeiras e integralidade do cuidado são notáveis e dificultam o acesso à saúde de crianças com SCZ. A disponibilidade de serviços não garante o acesso, sendo imprescindível a capacidade de facilitar a entrada e permanência nos serviços, além da garantia da continuidade do cuidado, melhoria da coordenação intersetorial, comunicação interprofissional e da relação profissional-usuário.