Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC3.27 - TENDENCIAS E GESTÃO DO CUIDADO NO ENFRENTAMENTO DA SÍFILIS NO BRASIL

42843 - GESTANTES ACOMETIDAS PELA SÍFILIS, QUEM SÃO? ONDE VIVEM?
ERICA LIMA DA SILVA - INSTITUTO DE SAÚDE (IS), SECRETARIA DA SAÚDE (SÃO PAULO - ESTADO) E PREFEITURA DE OSASCO., JOSÉ DA ROCHA CARVALHEIRO - INSTITUTO DE SAÚDE (IS), SECRETARIA DA SAÚDE (SÃO PAULO - ESTADO).


Apresentação/Introdução
A sífilis materna continua a ser um grave problema de saúde pública, quando não tratada está associada a resultados adversos da gravidez.
A compreensão dos fatores associados a sífilis materna permite o direcionamento de ações que podem atuar diretamente nos fatores associados e contribuir com a diminuição dos desfechos adversos preveníeis pelo cuidado pré-natal.


Objetivos
Descrever características sociodemográficas da coorte do estudo.
Avaliar o risco de sífilis congênita segundo características sociodemográficas e assistenciais.
Descrever o padrão de agregação espacial (cluste-ring) dos casos da coorte.


Metodologia
Foi realizado estudo epidemiológico descritivo de uma coorte com 89 gestantes acometidas pela sífilis.
Foram incluídas no estudo gestantes aptas a iniciarem o pré-natal na rede municipal de saúde de Osasco no primeiro semestre de 2019.
Descreveu-se as características das gestantes e do cuidado pré-natal.
Avaliou-se o risco de desfecho adverso da gestação segundo características das gestantes e do cuidado pré-natal ofertado.
Realizou-se geoprocessamento no software QGIS, os casos foram distribuídos espacialmente em áreas com IVS - índices de vulnerabilidade social definido pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Descreveu-se os padrões de agregação espacial (cluste-ring) da coorte.


Resultados
O estudo mostrou que a sífilis materna acomete majoritariamente mulheres pardas ou pretas (63%) com baixa escolaridade (61%), baixa renda (56,2%) e expostas a vulnerabilidades sociais (87,6%).
Os resultados de associação indicam maior risco de desfechos adversos para gestantes de baixa renda (27%), gestantes expostas a vulnerabilidade (34%), gestantes que realizam menos que 6 consultas de pré-natal (40%), gestantes que iniciam o pré-natal após 16 semanas (30%).
A distribuição espacial dos casos e o mapa de estimação kernel normal com raio de influência de 1 Km mostrou quatro aglomerados (cluste-ring) localizados em áreas com altos IVS e presença de aglomerados subnormais.

Conclusões/Considerações
Os resultados desse estudo são uteis para o direcionamento da organização e da gestão dos serviços de saúde e das redes de atenção voltadas ao pré-natal.
As características de renda, local de moradia e vulnerabilidades das gestantes desse estudo impõe ao cuidado pré-natal a necessidade de um olhar interdisciplinar que extrapole o biológico, que promova acesso a bens e serviços, de um cuidado que preze pela equidade e pelo direito à saúde.