23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC3.27 - TENDENCIAS E GESTÃO DO CUIDADO NO ENFRENTAMENTO DA SÍFILIS NO BRASIL |
39484 - SÍFILIS CONGÊNITA NO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO NO PERIODO DE 2007 A 2021: TENDÊNCIA E CONTEXTO POLÍTICO ASSISTENCIAL CARLA DANIELA CUNHA LIMA DE MATTOS - ENSP/FIOCRUZ, VÂNIA REIS GIRIANELLI - ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A sífilis é a doença que apresenta as maiores taxas de transmissão durante o ciclo gravido-puerperal. A sífilis congênita, contudo, pode ser evitada, mas a taxa de incidência no Brasil permanece alta, mantendo-a como relevante problema de saúde pública na atualidade. A cidade do Rio de Janeiro apresenta cerca do dobro da taxa de incidência do país, sendo a quarta capital mais atingida.
Objetivos Analisar a tendência da taxa de sífilis congênita no município do Rio de Janeiro no período de 2007 a 2021, considerando o contexto político e assistencial.
Metodologia Estudo ecológico de séries temporais da taxa de sífilis congênita em menores de um ano, no município do Rio de Janeiro, no período de 2007 a 2021. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Um modelo de regressão joinpoint foi construído para análise temporal. Foi calculada a variação percentual anual (APC) e respectivo intervalo com 95% de confiança para cada período de mudança na inclinação da tendência observada. Também foram consideradas na análise a redução dos nascidos-vivos e as políticas públicas relacionadas a assistência implantadas no município.
Resultados A taxa de incidência de sífilis congênita no município do Rio de Janeiro aumentou no período de 2007 a 2012 (APC=22,2; p < 0,001), com leve queda até 2019 (APC = - 3,7; p = 0,137) e posterior crescimento (APC = 17,1, p = 0,269), embora a tendência dos dois últimos segmentos não foram estatisticamente significativas, provavelmente devido ao baixo número de observações. A taxa de incidência ajustada para média de nascidos-vivos no período apresentou tendência similar.
Conclusões/Considerações A implantação da rede Cegonha em 2011 coincide com a queda na taxa de sífilis congênita até 2019, quando ocorre o desmonte da atenção básica e há um recrudescimento da doença no município, agravada pela epidemia de covid-19. A redução de nascidos-vivos a partir de 2018 não explica o aumento observado da taxa.
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