Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC3.26 - EXPERIENCIAS E AVANÇOS EM SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

40388 - FATORES REPRODUTIVOS E SOCIODEMOGRÁFICOS ASSOCIADOS À DEPRESSÃO EM MULHERES BRASILEIRAS EM IDADE REPRODUTIVA
DRIELLY STÉFANY QUEIROZ DELUCCA - UFMG, LARISSA ALVES SILVA - UFMG, ÉRICA DUMONT PENA - UFMG, DEBORAH CARVALHO MALTA - UFMG, MARIANA SANTOS FELISBINO-MENDES - UFMG


Apresentação/Introdução
A depressão é uma DCNT, com aumento na população brasileira. Definida como sofrimento biopsicossocial, que interfere no aumento de comorbidades e mortalidade, a depressão é responsável por 4,9% de DALYs em todo o mundo, de acordo com o GBD. A PNS 2013 evidenciou uma prevalência de depressão autorreferida de 7,6% para toda população adulta no Brasil, em homens 3,9% e 10,9% em mulheres.

Objetivos
Estimar a prevalência de depressão em mulheres brasileiras em idade reprodutiva, utilizando o diagnóstico autorreferido e os fatores reprodutivos e sociodemográficos associados a esse desfecho.

Metodologia
Estudo transversal, com 21.645 mulheres de 18 a 49 anos, não grávidas, que responderam a PNS 2013. A depressão foi acessada pela resposta afirmativa a pergunta: “Algum médico ou profissional de saúde mental já lhe deu o diagnóstico de depressão?”. Fatores reprodutivos: uso de método contraceptivo, tratamento para engravidar, gestação prévia, idade da primeira gestação, aborto, nº de partos, nº de filhos, violência por pessoa conhecida; e os fatores sociodemográficas: região, local de moradia, faixa etária, raça/cor, viver com companheiro, escolaridade e plano de saúde. Foram estimadas prevalências, seus respectivos IC95% e realizada regressão logística simples e múltipla, com cálculo da OR.

Resultados
A prevalência de depressão autorreferida foi 9,4%. Na análise multivariada observa-se maior chance de depressão entre as mulheres que tiveram gravidez na adolescência (ORa=1,30; IC 95%: 1,07-1,58), que tiveram aborto prévio (ORa=1,40; IC 95%: 1,14-1,73), que estavam realizando tratamento para engravidar no momento da pesquisa (ORa=1,92; IC 95% 1,20-3,08), que sofreram violência por pessoa conhecida (ORa=2,50; IC 95% 1,87-3,34), na faixa etária de 40 a 49 anos (ORa=2,25; IC95%: 1,74-2,92), que residiam na região sul (ORa=2,0; IC 95% 1,55-2,60).

Conclusões/Considerações
Este estudo mostrou a magnitude da depressão em mulheres jovens em que 1 a cada 10 mulheres brasileiras relatam ter a doença. Evidenciou ainda que os desfechos reprodutivos e a violência estão altamente associados a maior chance de ter depressão, independente das condições sociodemográficas