Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC3.25 - TRANSTORNOS MENTAIS E OS DESAFIOS PARA O CUIDADO

43041 - HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO NA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: NARRATIVAS DE USUÁRIOS NO NORDESTE BRASILEIRO
DAIANA DE JESUS MOREIRA - UFC, MARIA LÚCIA M BOSI - UFC


Apresentação/Introdução
Na área da saúde mental, as questões do cuidado e do cuidar têm sido um campo fértil de preocupações e investigações. A reorientação da assistência avançou de um modelo hospitalocêntrico para um modelo de atenção extra-hospitalar, fazendo emergir um novo cenário que possibilitou a constituição de tecnologias psicossociais interdisciplinares.

Objetivos
Este trabalho objetiva compreender, com base nas narrativas de usuários, como se revela em suas experiências a qualidade do cuidado, na dimensão humanização, na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), em interface com o modelo de inovação em saúde mental.

Metodologia
Trata-se de pesquisa qualitativa crítico-interpretativa, desenvolvida por meio de análise de prontuários, observação sistemática e entrevistas narrativas com usuários (e seus familiares) em três serviços da RAPS de Fortaleza-CE.

Resultados
As experiências dos usuários acerca da qualidade do cuidado revelaram aspectos formais da assistência, ênfase atribuída ao profissional médico e a ambiência como geradora de saúde ou sofrimento. Revelaram ainda que a humanização em saúde mental está intimamente relacionada à atitude dos profissionais de saúde, afetando a adesão e a continuidade do tratamento. Existe a possibilidade de materializar a humanização no cotidiano da produção do cuidado, mediante práticas de acolhimento, ambiência, permissão de acompanhante, uso correto da medicação, relações afetivas e pequenos gestos muitas vezes não valorizados.

Conclusões/Considerações
Conclui-se que somente uma rede pautada pela qualidade do cuidado, incluindo a dimensão intersubjetiva inerente à humanização do cuidado é capaz de fazer face à complexidade das demandas e de garantir resolutividade e a promoção de autonomia e cidadania às pessoas com sofrimento psíquico, configurando-se como práticas inovadoras.