23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC3.24 - CUIDADO EM SAÚDE MENTAL E A ARTICULAÇÃO DA RAPS |
39128 - ATENÇÃO PSICOSSOCIAL E EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: UMA APROXIMAÇÃO POSSÍVEL PARA A SUSTENTAÇÃO DE PRÁTICAS ANTIMANICOMIAIS E TRANSFORMAÇÃO DO LUGAR SOCIAL DA LOUCURA THAÍS LISBOA SOARES - FIOCRUZ
Período de Realização Entre março de 2018 e janeiro de 2022 na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) Rio de Janeiro
Objeto da experiência Considerando as políticas de saúde no Brasil, proponho refletir sobre formas de sustentar o cuidado em saúde mental junto a classe trabalhadora.
Objetivos Contribuir para a sustentação de um cuidado crítico, com diálogo entre a educação popular em saúde e a saúde mental. Evidenciar a potência dos processos de trabalho ocorridos na RAPS. Ampliar o debate sobre o lugar social da loucura e contribuir para sua transformação.
Metodologia As Reformas Sanitária e Psiquiátrica brasileiras constituíram-se junto ao processo de redemocratização do país e início da ofensiva neoliberal. Neste relato de experiência busco aproximar a dimensão sociocultural da RPb e os princípios da Educação Popular em Saúde. Saliento a importância de desconstruir os valores hegemônicos através do reconhecimento dos saberes populares e da construção de um conhecimento democrático produzido a partir do cotidiano e contribuindo para novas formas de cuidado.
Resultados O espraiamento dos processos de trabalho em saúde mental atravessados pela educação popular já seriam resultados significativos, mas explicito a criação de blocos de carnaval com a referida temática, assembleias populares de saúde mental, atividades em praças públicas com o objetivo de construir junto à população uma reflexão crítica sobre o lugar social da loucura, a elaboração de materiais de divulgação sobre RPb e uma maior produção científica sobre o tema como resultados importantes.
Análise Crítica As experiências na formação e na assistência da RAPS-Rio de Janeiro me fizeram reconhecer processos de trabalho na saúde mental atravessados pela educação popular, contribuindo para construção de uma pergunta que me impulsiona profissionalmente e politicamente nos dias de hoje: Como é possível reconhecer e produzir saúde mental, junto à população, através da educação popular em saúde? - Atualmente estou iniciando uma pesquisa com tal tema instigada por essas vivências.
Conclusões e/ou Recomendações A falta de investimento nas políticas públicas são um desafio para a consolidação da democracia no Brasil. O saber sobre saúde é socialmente produzido através de um processo compartilhado e é necessário conhecer e reconhecer vivências diversas de produção de saúde antimanicomial que podem nos orientar na construção de práticas democráticas e contra-hegemônicas. Essas experiências são formas de resistência e luta pela vida da classe trabalhadora.
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