Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC3.24 - CUIDADO EM SAÚDE MENTAL E A ARTICULAÇÃO DA RAPS

39070 - ACOLHIMENTO EM SAÚDE MENTAL EM UNIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
TEREZA ETSUKO DA COSTA ROSA - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, INSTITUTO DE SAÚDE (IS) – SÃO PAULO (SP), BRASIL., LIGIA RIVERO PUPO - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, INSTITUTO DE SAÚDE (IS) – SÃO PAULO (SP), BRASIL., ARNALDO SALA - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, COORDENADORIA DE REGIÕES DE SAÚDE – SÃO PAULO (SP), BRASIL., REGINA TOMIE IVATA BERNAL - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO, ESCOLA DE ENFERMAGEM, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – BELO HORIZONTE (MG), BRASIL., MARIA CECÍLIA GOI PORTO ALVES - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, INSTITUTO DE SAÚDE (IS) – SÃO PAULO (SP), BRASIL., MARIA DE LIMA SALUM E MORAIS - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, INSTITUTO DE SAÚDE (IS) – SÃO PAULO (SP), BRASIL.


Apresentação/Introdução
São recorrentes as dificuldades da Atenção Básica em identificar o sofrimento mental. O acolhimento tem sido apontado como uma estratégia proveitosa para o estabelecimento de vínculo com os usuários e para o conhecimento das necessidades existentes na população atendida. O acolhimento é uma ferramenta de tripla função: de cuidado, de acesso e de gestão.

Objetivos
Pretendeu-se caracterizar unidades de Atenção Básica do estado de São Paulo em relação a perfis de acolhimento e verificar sua associação com indicadores de acesso, de organização do cuidado e de acompanhamento de casos de saúde mental (SM).

Metodologia
Tratou-se de estudo transversal, quantitativo, realizado junto a 879 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de diversas regiões do estado de São Paulo, cujos gerentes ou responsáveis tenham respondido por telefone a entrevistas norteadas por questões fechadas. Utilizou-se amostragem probabilística estratificada simples e foi aplicada a técnica de análise de cluster em duas etapas. Criaram-se grupos homogêneos de unidades em função do relato de haver ou não acolhimento, de essa atividade ser individual, grupal ou ambas e da frequência de sua realização (quinzenal, mensal, bimestral ou semestral).

Resultados
Foram identificados três clusters de UBS em função da frequência e modalidade (individual e grupal) de acolhimento. O cluster 3, que agrupou serviços que utilizaram acolhimento individual e grupal com frequência diária ou semanal, foi considerado mais adequado do que os cluster 1 e 2, cujos serviços realizavam o acolhimento mais raramente ou apenas de forma individual. Observou-se associação positiva entre acolhimento adequado, presença de profissionais de SM, atividades de grupo, atendimentos de outros profissionais de nível superior na identificação dos problemas de SM, bem como com maior frequência de relato de realização de PTS no último ano.

Conclusões/Considerações
Reitera-se que o acolhimento é uma tecnologia estratégica, tanto para aumentar o acesso dos usuários aos recursos dos serviços, como para incrementar a gestão e organização do cuidado, fortalecendo o vínculo dos usuários com a rede. O acolhimento feito em todos os momentos do cuidado, por diferentes profissionais da unidade, individual e em grupo, amplia a capacidade do serviço em responder com resolutividade aos problemas de saúde da população.