Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC3.22 - REDES DE ATENÇÃO: DESAFIOS DOS CAMINHOS DE CUIDADO NOS TERRITÓRIOS

41303 - REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS E DESIGUALDADES: MORBIMORTALIDADE PRECOCE DAS MULHERES NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
LAÍS LEONARDO FIEBIG DE FARIA - ENSP/FIOCRUZ, MARIANA VERCESI DE ALBUQUERQUE - ENSP/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A morbimortalidade precoce por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) expressa dificuldades de acesso e cuidado em saúde e desigualdade socioespaciais, condicionadas pelos usos do território nas metrópoles. Às redes de atenção à saúde cabe o desafio de garantir o acesso, o cuidado contínuo e enfrentar desigualdades em saúde.


Objetivos
Analisar se as redes de atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas contribui para o enfrentamento das desigualdades com foco na morbimortalidade precoce das mulheres na Região Metropolitana I do estado do Rio de Janeiro, no período de 2010-21.


Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, quantitativo e exploratório, com utilização de dados secundários (BVS, DataSUS, IBGE), análise documental e revisão bibliográfica (políticas das redes implantadas, em uma perspectiva crítica quanto à reprodução das desigualdades). Possui três eixos de análise, todos com foco na Região Metropolitana I do Rio de Janeiro (RMI RJ): A morbimortalidade precoce de mulheres por doenças crônicas como expressão das desigualdades em saúde; A política e a oferta assistencial (atenção cardiovascular e atenção oncológica) da rede de atenção às doenças crônicas; As políticas, planos e ações de enfrentamento da morbimortalidade precoce de mulheres por doenças crônicas.


Resultados
De 2010 a 2019 as doenças do aparelho circulatório, neoplasias e doenças do aparelho respiratório sustêm os três primeiros lugares como principal causa de morte entre as mulheres na RMI RJ. Quanto ao perfil dos óbitos de mulheres entre 30 e 69 anos, há amplitude dos óbitos em mulheres negras (pretas e pardas): acima de 50% em todas faixas etárias. O acesso aos serviços de alta complexidade se configura um problema no estado do Rio de Janeiro: a oferta limitada de exames, entraves nos mecanismos de referência e contrarreferências se constituem como barreiras ao acesso e, aliado aos altos custos para financiamento do setor, dão visibilidade à necessidade de organização desse nível da atenção.


Conclusões/Considerações
Enquanto grupo populacional vulnerabilizado, os padrões e formas de adoecimento das mulheres se configuram como categorias imprescindíveis de análise, haja vista sua capacidade de revelar as desigualdades socioespaciais. Assim, o manejo das DCNT é base para desenvolver e implementar políticas públicas que tenham impacto na redução das desigualdades expressas nos padrões e formas de adoecimento e óbito específicos entre mulheres