23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC3.22 - REDES DE ATENÇÃO: DESAFIOS DOS CAMINHOS DE CUIDADO NOS TERRITÓRIOS |
40443 - ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS COMPARTILHADOS PELOS USUÁRIOS DA REDE DE SAÚDE MENTAL DE UM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE: UMA ANÁLISE DE CLUSTER MICHELLE CHANCHETTI SILVA - UNICAMP, CARLOS ALBERTO TREICHEL - UNICAMP, ROSANA TERESA ONOCKO-CAMPOS - UNICAMP, MARIA FERNANDA LIRANI - UNICAMP, SULAMITA GONZAGA SILVA AMORIM - UNICAMP, ROSANGELA SANTOS OLIVEIRA - UNICAMP, LÍVIA PENTEADO PINHEIRO - UNICAMP, RODRIGO FERNANDO PRESSOTO - UNICAMP, BRUNO FERRARI EMERICH - UNICAMP
Apresentação/Introdução Produções sobre itinerários terapêuticos (IT) podem contribuir para o diagnóstico do funcionamento da rede, seus fluxos de encaminhamento, fragilidades e potências. A identificação de padrões de trajetórias compartilhadas de cuidado pode ser um valioso recurso para ampliar compreensão, avaliar e planejar ações em saúde e cuidado articulado em rede
Objetivos
Identificar as trajetórias terapêuticas compartilhadas por usuários da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de uma cidade de médio porte a partir de uma análise de cluster.
Metodologia Este trabalho é um recorte de uma pesquisa realizada num município de médio porte para implementação de dispositivos de integração de rede na qualificação do cuidado em saúde mental. A coleta de dados foi realizada com 341 usuários a partir da aplicação de questionários, posteriormente digitados e trabalhados pela ferramenta SPSS(24.0.) Para análise utilizou-se estatística descritiva para caracterização geral da amostra estudada e, posteriormente, procedeu-se a análise de agrupamento, cluster de duas etapas. A amostra foi dividida em 05 subgrupos, tendo variáveis preditoras que garantiram a qualidade para análise de cluster que apresentou uma medida de silhueta de coesão e separação > 0,3.
Resultados Em relação ao tamanho e principais características de itinerários terapêuticos dos usuários de cada um dos 05 agrupamentos: 29,6% identificaram o sofrimento de maneira autônoma e construíram seu próprio percurso de cuidado na rede; 22,3% iniciaram acompanhamento numa situação de “crise” sem passagem pela APS; 22% iniciam seu acompanhamento por uma consulta mas o encaminhamento não foi realizado pela APS em sua maioria; 13,2% iniciam seu percurso de cuidado em serviços do tipo comunidade terapêutica e 12% iniciam seu cuidado na APS, mas não recebem atendimento médico na APS. Entre as semelhanças dos agrupamentos evidencia-se que em todos, mais de 86,1% não passam por acompanhamento médico na APS.
Conclusões/Considerações Os resultados deste estudo indicam que as trajetórias de cuidado tem se iniciado pelos serviços especializados ou de urgência/emergência indicando uma inversão dos fluxos de cuidado e desalinhamento aos princípios da Reforma Psiquiátrica . Tais achados apontam que esta metodologia é potente para avaliação e acompanhamento da RAPS.
|