Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC3.19 - A INCORPORAÇÃO DAS PICS NO SUS: POTENCIAS E SINGULARIDADES

41672 - PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ATENÇÃO OBSTÉTRICA: SCOPING REVIEW
LÚCIA ESTEVES DUARTE - UFSCAR, CAROLINA BARBUI DE ARRUDA - UFSCAR, JULIA BLANCO - UFSCAR, NATÁLIA REJANE SALIM - UFSCAR, LAÍS FUMINCELLI - UFSCAR, LEANDRA ANDRÉIA DE SOUSA - UFSCAR


Apresentação/Introdução
O aumento da morte materna, violência obstétrica e medicalização no ciclo gravídico-puerperal, no Brasil, são alarmantes. O uso de práticas integrativas e complementares (PIC) e outras abordagens não farmacológicas no cuidado às mulheres na atenção obstétrica objetiva resgatar saberes capazes de produzir o cuidado integral e a humanização no acompanhamento de gestantes, parturientes e puérperas.

Objetivos
Apontar, segundo a literatura científica, PIC e outras abordagens terapêuticas não farmacológicas, presentes ou não na Política Nacional de PIC (PNPIC), no cuidado às mulheres durante o ciclo gravídico-puerperal, no Sistema Único de Saúde (SUS).

Metodologia
Trata-se de uma revisão de escopo realizada a partir da questão norteadora: “Como se dá a oferta de PIC no cuidado de mulheres no ciclo gravídico puerperal no contexto do SUS, considerando também o contexto da pandemia COVID-19?” Este estudo apresenta os dados parciais acerca das PIC e abordagens não farmacológicas utilizadas na atenção obstétrica no SUS. A busca foi realizada nas bases de dados LILACS, The Cochrane Library, CINAHL, Academic Search Premier, PubMed e MOSAICO, até maio de 2022 através da estratégia PCC (Population, Concept, Context), com inclusão de estudos publicados em português, inglês e espanhol, abordagem quantitativa e qualitativa, sem limitação de ano de publicação.

Resultados
Dos 1906 estudos encontrados na busca inicial, 73 foram lidos na íntegra e 25 foram selecionados. Estes foram publicados no período de 2003 a 2021, sendo 96% dos estudos realizados no Brasil. Dos 25 estudos elegidos, 14 (56%) abordam PIC presentes na PNPIC, sete (28%) trazem PIC e outras abordagens para além da PNPIC e quatro (16%) apresentam exclusivamente abordagens não farmacológicas que não estão na PNPIC. As abordagens mais utilizadas foram: Hidroterapia (19%), Musicoterapia (10%), Auriculoterapia (8%), bola suíça (8%), yoga, aromaterapia, massagem e oficinas de chás (6%). Essas abordagens corroboram a humanização e a integralidade da atenção à mulher no ciclo gravídico-puerperal.

Conclusões/Considerações
Esta revisão de escopo mostra que as PIC se configuram em uma importante estratégia de cuidado às mulheres no ciclo gravídico-puerperal, bem como outras abordagens não farmacológicas não contempladas na PNPIC cujo impacto no cuidado também é significativo. O uso dessa variedade de práticas mostra sua relevância e consonância com políticas públicas voltadas para um modelo de cuidado integral, qualificando a atenção obstétrica no contexto do SUS.