44840 - TENDÊNCIA TEMPORAL DA PREVALÊNCIA E MORTALIDADE INFANTIL DAS ANOMALIAS CONGÊNITAS NO BRASIL, DE 2001 A 2018 QEREN HAPUK RODRIGUES FERREIRA FERNANDES - INSTITUTO GONÇALO MONIZ - FIOCRUZ/CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE -CIDACS, ENNY SANTOS PAIXÃO - LONDON SCHOOL OF HYGIENE AND TROPICAL MEDICINE/CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE -CIDACS, MARIA DA CONCEIÇÃO NASCIMENTO COSTA - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE -CIDACS/INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA - UFBA, MARIA GLÓRIA TEIXEIRA - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE - CIDACS/INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA - UFBA, JULIANA DARBRA CRUZ RIOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA, KEILA DA SILVA GOES DI SANTO - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA, MAURICIO LIMA BARRETO - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE - CIDACS/INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA - UFBA, ANGELINA XAVIER ACOSTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA
Apresentação/Introdução As anomalias congênitas (AC) são definidas pela Organização Mundial da Saúde como defeitos estruturais e/ou funcionais que ocorrem antes de nascimento, podendo ser identificadas no período intrauterino ou após o nascimento, assim a captação das informações sobre estas condições representa um grande desafio, sendo de extrema importância haja vista os impactos das AC na morbimortalidade infantil.
Objetivos Descrever a tendência temporal da prevalência e mortalidade infantil por AC em nascidos vivos (NV) no Brasil e regiões, de 2001 a 2018, utilizando dados vinculados dos Sistemas de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e sobre Mortalidade (SIM).
Metodologia Os NV no período de 2001 a 2018 registrados no SINASC foram vinculados ao SIM usando CIDACS-RL (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde – Record Linkage). Para o cálculo da prevalência de NV com AC, o numerador foram os NV notificados com AC no SINASC, somado aqueles não notificados no SINAC, mas com AC registradas no SIM, o denominador foi o total de NV no período estudado, por 10.000. A taxa de mortalidade infantil por AC foi dada pela razão entre o total de mortes por AC registradas no SIM e o total de NV, por 10.000. Para verificar a tendência temporal, aplicou-se a análise de regressão linear generalizada de Prais-Winten, com nível de significância de 0,05.
Resultados A vinculação dos dados aumentou em 17,9% a prevalência das AC no Brasil no período estudado, passando para 86,2/10.000 NV, com tendência crescente e taxa de variação anual (TVA) de 5,20% (p = <0,001). A maior prevalência foi observada no Sudeste 96,6/10.000 NV com tendência crescente (TVA = 5,68%, p = <0,001) e a menor no Norte, 66,1/10.000 NV, também crescente (TVA = 5,44%, p = <0,001). A taxa de mortalidade infantil por AC no país foi de 24,4/10.000 NV, com tendência crescente (TVA = 4,23%, p = <0,001). O Sul apresentou a maior taxa 26,6/10.000 NV, TVA = 0,90% e p = 0,023. O Nordeste (22,4/10.000 NV, TVA = 9,90%, p = <0,001) e o Norte (21,8/10.000 NV, TVA = 10,12%, p = <0,001) as menores.
Conclusões/Considerações Observou-se uma tendência crescente da prevalência e mortalidade infantil por AC no Brasil e em quatro das cinco regiões. Possivelmente, este aumento decorreu da implementação, pelo Ministério da Saúde, de medidas para melhoria da notificação desse grupo, especialmente daquelas relativas à epidemia do vírus da Zika ocorrida a partir de 2015. A vinculação entre as bases mostrou-se como importante ferramenta para minimizar a subnotificação das AC.
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