22/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC3.17 - ESTUDOS DE MORBI MORTALIDADE: TENDENCIAS E ASSOCIAÇÕES |
43093 - AVALIAÇÃO DO USO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR DO SUS PARA VIGILÂNCIA DA MORBIDADE MATERNA ROSA MARIA SOARES MADEIRA DOMINGUES - INI/FIOCRUZ, CLAUDIA MEDINA COELI - IESC/UFRJ, REJANE SOBRINHO PINHEIRO - IESC/UFRJ, MARCOS AUGUSTO BASTOS DIAS - IFF/FIOCRUZ, VALERIA BASTOS - UFRJ, VALERIA SARACENI - SMS/RJ, LANA MEIJINHOS - IESC/UFRJ, JULIANA MARQUES - UERJ, IVAN ALVARENGA - UFRJ
Apresentação/Introdução O estudo da morbidade materna grave (MMG) tem sido recomendado como estratégia para melhoria do cuidado obstétrico, por ser mais frequente que o óbito materno e compartilhar dos mesmos determinantes. No Brasil, o Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS) é o único que contém dados sobre morbidade, mas existem dúvidas sobre a validade de sua informações para a vigilância da saúde materna.
Objetivos Avaliar o uso do SIH/SUS para vigilância da morbidade materna, incluindo: a) avaliação da cobertura de partos e de óbitos maternos; e b) identificação de diagnósticos e procedimentos realizados durante a hospitalização associados ao óbito materno.
Metodologia Foram utilizadas bases não identificadas do SINASC, do SIM e do SIH/SUS do estado de São Paulo no período 2014-2019. A cobertura de partos foi calculada considerando o número de partos identificados no SIH/SUS, em relação ao número de nascidos vivos registrados no SINASC. A cobertura de óbitos maternos foi calculada considerando o total de óbitos ocorridos durante internações obstétricas no SIH/SUS em relação ao total de óbitos maternos registrados no SIM. A identificação de diagnósticos e procedimentos associados ao óbito materno foi realizada pela comparação de grupos de diagnósticos da CID-10 e de procedimentos de risco observadas em mulheres com desfecho “óbito” e “não óbito” no SIH/SUS
Resultados Foram analisadas 2,8 milhões de internações. A cobertura de partos no SIH/SUS foi de 80%, sem variação no período, sendo maior em hospitais com maior número de partos e menor em hospitais com maior proporção de cesarianas. Menor cobertura também foi observada em hospitais privados, com cobertura proporcional ao número de leitos conveniados ao SUS. A cobertura de óbitos também foi próxima a 80%, sendo menor em hospitais com serviço de urgência/emergência. A proporção de diagnósticos ou procedimentos de risco foi 2,5 maior em óbitos. Internação em UTI e tempo de permanência superior a 7 dias também foram mais frequentes nos casos de óbito (43,59% vs 0,54% e 14,5% vs 2,29%, respectivamente).
Conclusões/Considerações A cobertura de partos e óbitos no SIH/SUS foi elevada, mas pode ser ampliada. Dados de internação foram consistentes no período analisado e coerentes com o perfil de mortalidade materna no Brasil, sugerindo ser possível o uso do SIH/SUS para vigilância da morbidade materna. Critérios para definição de caso de morbidade materna grave ainda precisam ser aprimorados visando sua incorporação na vigilância da saúde materna.
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