Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC3.17 - ESTUDOS DE MORBI MORTALIDADE: TENDENCIAS E ASSOCIAÇÕES

42126 - USO DE INDICADORES DE MORBIDADE E MORTALIDADE MATERNA PARA VIGILÂNCIA EM SAÚDE E MELHORIA DA QUALIDADE DO CUIDADO OBSTÉTRICO, NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2014-2016.
HELOISA FERREIRA DOS SANTOS CORRÊA - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA - FIOCRUZ, ROSA MARIA SOARES MADEIRA DOMINGUES - INSTITUTO NACIONAL DE INFECTOLOGIA EVANDRO CHAGAS - FIOCRUZ, MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES PEREIRA DE PINA - INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE - FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A vigilância do óbito materno é recomendada pelo Ministério da Saúde desde 2008. Entretanto, mortes maternas são raras, o que dificulta sua análise. Por isso, propõe-se a vigilância de indicadores de morbidade materna grave, por serem mais frequentes e compartilharem os mesmos determinantes do óbito materno, contribuindo para a melhoria do cuidado obstétrico e redução da mortalidade materna.

Objetivos
Estimar os indicadores de mortalidade e de morbidade materna grave - Near Miss Materno (NMM) e Condições potencialmente ameaçadoras à vida (CPAV) - para o município do Rio de Janeiro (MRJ) no período 2014-2016 e analisar sua distribuição espacial.

Metodologia
Utilizou-se o SINASC, SIM e SIH/SUS para identificação de nascidos vivos (nv), óbitos maternos e casos de CPAV e NMM ocorridos em unidades públicas do MRJ de 2014 a 2016. Casos de NMM e CPAV foram identificados a partir de diagnósticos e procedimentos constantes no SIH/SUS, utilizando-se critérios propostos pela OMS. Foram estimadas a Razão de NMM (RNMM), razão de mortalidade materna (RMM) e Razão de CPAV (RCPAV). Foram construídos mapas temáticos para visualização da distribuição espacial dos indicadores propostos por Região Administrativa (RA) e Área programática (AP), utilizando-se o software QGIS 2.18.0 e o aplicativo Terraview para apresentação das taxas bruta e bayesiana local.

Resultados
A RMM estimada para o MRJ foi 94,6 por 100 mil nv. Cinco RA, algumas com elevada vulnerabilidade social, não apresentaram óbitos maternos no período. A razão de NMM foi estimada em 28,21 por 1000nv e a razão de CPAV em 34,31 por 1000 nv. A análise por AP revelou RMM, RNMM e RCPAV elevadas, acima do recomendado pela OMS, com distribuição heterogênea na cidade, associada aos marcadores de vulnerabilidade social. Verificou-se discrepância entre os indicadores em algumas AP da cidade, principalmente do indicador RNMM, que apresentou distribuição diferente da RMM em algumas regiões da cidade, sugerindo erros na classificação de casos de NMM a partir do SIH/SUS.

Conclusões/Considerações
A análise dos indicadores e a elaboração dos mapas temáticos permitiram a identificação de RAs e APs com maior RMM, RNMM e RCPAV. O indicador RCPAV apresentou melhor desempenho, sugerindo-se seu uso como indicador de morbidade materna. Cabe à vigilância em saúde monitorar esses e outros indicadores para orientar os investimentos para o cuidado à mulher no ciclo gravídico puerperal.