Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC3.17 - ESTUDOS DE MORBI MORTALIDADE: TENDENCIAS E ASSOCIAÇÕES

38733 - ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS NO ESTADO DO CEARÁ, NO PERÍODO DE 2016 A 2020
MARIA JANAINA ALVES DE AZEVEDO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE, MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE, LUCÉLIA RODRIGUES AFONSO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE, STEFANE VIEIRA NOBRE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE


Apresentação/Introdução
As causas externas no Brasil são consideradas um grave problema da saúde pública em função tanto da dimensão quanto da importância das lesões que acarretam. No Estado do Ceará, desde 2010, as causas externas passaram a representar a segunda causa de morte, suplantando as neoplasias que até então ocupavam essa posição.

Objetivos
Descrever e comparar geoespacialmente as taxas de mortalidade por causas externas (homicídio, suicídio e acidente de trânsito) nos 184 municípios do Ceará, no período de 2016 a 2020.

Metodologia
Trata-se de estudo ecológico, com dados secundários disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade de 2016 a 2020 no Ceará. A análise foi realizada através do software Microsoft Office Excel® onde foram tabulados e, posteriormente, encaminhados para análise no software SPSS. Para a construção dos mapas temáticos foram usados os dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e o software QGis versão 3.14.1 (Pi). Foram incluídos registros de óbitos ou de causa principal da morte, segundo a Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10, capítulo XX) e excluídos registros sem completitude.

Resultados
Entre os anos de 2016 e 2020, foram registrados 36.741 óbitos por causas externas, correspondendo à taxa de 12,0 casos por 100 mil habitantes. O ano de 2020 obteve as maiores taxas de mortalidade, e o de 2019 o que obteve maior heterogeneidade, apresentando 16 municípios com baixas taxas, dos 184 que compõem o Estado. Sobre as características demográficas, os principais acometidos foram indivíduos do sexo masculino, com faixa etária entre 20 e 29 anos, com escolaridade de 5ª a 8ª série, pardos e solteiros. Conforme os mapas, percebeu-se uma interiorização dos acidentes de trânsito e suicídio e uma acentuada taxa de homicídios nas regiões de saúde de Fortaleza e Litoral Leste/Vale do Jaguaribe.

Conclusões/Considerações
Conclui-se que as mortes por causas externas continuam afetando duramente a população masculina, jovem, parda, solteira e com baixa escolaridade. Esses resultados evidenciam a necessidade de políticas públicas integradas e direcionadas especialmente para a população mais vulnerável, além de ter ficado evidente a interiorização dos óbitos por acidentes de trânsito na região norte, enquanto que na região de Fortaleza, houve um aumento dos homicídios.