Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC3.16 - PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA HESITAÇÃO VACINAL

41797 - HESITAÇÃO VACINAL EM CRIANÇAS NASCIDAS EM 2017-2018 E RESIDENTES NA CIDADE DE SÃO PAULO
JOSÉ CASSIO DE MORARES - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, ANA PAULA FRANÇA - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, IONE AQUEMI GUIBU - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, RITA DE CASSIA BARRADAS BARATA - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO


Apresentação/Introdução
A queda nas coberturas vacinais é um fenômeno identificado em diversos países, sendo mais evidente no Brasil a partir de 2016. Hesitação vacinal é o atraso ou recusa na execução do esquema vacinal, apesar da disponibilidade nos serviços de saúde. Segundo a OMS, é uma das 10 maiores ameaças globais à saúde, devido ao risco de reintrodução ou recrudescimento de doenças controladas ou já erradicadas.

Objetivos
Identificar a hesitação vacinal e os motivos para não vacinação em crianças nascidas em 2017 e 2018, residentes na cidade de São Paulo.

Metodologia
Crianças nascidas em 2017 e 2018 foram georreferenciadas de acordo com dados do SINASC em setores censitários e agrupadas em conglomerados, de acordo com informações sociodemográficas do censo de 2010. Dados das entrevistas domiciliares foram registrados em formulário digital que incluiu questões sobre decisão de não vacinar e seus motivos, importância das vacinas para a saúde da criança e das crianças do entorno, confiança nas vacinas da rede pública, relação com reações adversas, necessidade para doenças que não existem mais, além de dificuldades enfrentadas para levar a criança ao local de vacinação.

Resultados
Em 1542 entrevistas, verificou-se elevada confiança nas vacinas distribuídas pelo SUS (93,1%) e 95,8% dos entrevistados acreditam que vacinas são importantes. Ao mesmo tempo, 21,1% afirmaram que vacinas são desnecessárias para doenças que não existem mais e 25,7% acreditam que vacinas produzem reações graves. Cerca de 3% afirmam que optaram por não vacinar seus filhos com uma ou mais vacinas e, destes, 23,5% relataram que essa decisão foi tomada por orientação de um profissional de saúde. Apenas 2,0% mencionaram dificuldades para levar o filho para se vacinar e 4,5% não conseguiram vacinar alguma vez mesmo tendo comparecido ao local de vacinação, principalmente por falta de vacina (64,0%).

Conclusões/Considerações
Além da intensificação das ações de comunicação, enfatizando a segurança das vacinas e a importância de se manterem elevadas as coberturas vacinais, a reestruturação das ações para garantir o fornecimento de vacinas, ampliar o horário e melhorar a infraestrutura dos locais de vacinação, capacitar os profissionais de saúde e viabilizar a busca ativa de crianças não vacinadas, são imprescindíveis para reestabelecer os altos índices de cobertura.