Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC3.14 - CONTRIBUIÇÕES DAS ANÁLISES DE INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA (ICSAPS)

38606 - REINTERNAÇÕES HOSPITALARES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA EM MENORES DE 5 ANOS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: ESTUDO DE COORTE DE 2009 À 2015
JÉSSICA FERREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG), HUGO ANDRÉ DA ROCHA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG), MARIÂNGELA LEAL CHERCHIGLIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG), ILKA AFONSO REIS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)


Apresentação/Introdução
As hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP) consistem em um grupo de agravos considerados evitáveis caso o desempenho dos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) sejam oportunos e de qualidade. A ocorrência de reinternação hospitalar não planejada se trata de um indicador promissor para avaliar e monitorar as CSAP, sobretudo em populações vulneráveis como as crianças.

Objetivos
Descrever as reinternações por CSAP em menores de 5 anos no Sistema Único de Saúde (SUS) entre os anos de 2009 e 2015, a fim de identificar o perfil das crianças reinternadas e os principais grupos de causas.

Metodologia
Estudo de coorte histórica que utilizou um banco de dados centrado no indivíduo, construído a partir de dados secundários dos principais sistemas de informação do SUS. O público compreendeu crianças menores de 5 anos hospitalizadas no âmbito do SUS com diagnóstico principal registrado na Lista Brasileira de CSAP entre julho de 2009 a julho de 2014 e que apresentaram reinternação hospitalar tardia em até 365 dias após a alta. A variável de desfecho foi a reinternação hospitalar e as variáveis explicativas incluíram fatores sociodemográficos, características da hospitalização e dos serviços hospitalares. A pesquisa foi aprovada pelo CAAE nº44121315.2.0000.5149.

Resultados
Foram identificados 1.579.637 pacientes, responsáveis por 1.965.842 internações. Destes, 12,7% apresentaram reinternação. A maioria das crianças foi do sexo masculino e o ano de maior ocorrência foi 2010. As regiões com a maior e a menor frequência de reinternação por CSAP foram, respectivamente, a Nordeste (34,1%) e a Centro-Oeste (7,5%). O grupo de causas mais frequente foi o das gastroenterites infecciosas, seguido das pneumonias bacterianas, doenças pulmonares e asma. As crianças com reinternações apresentaram proporção de óbitos duas vezes maior (2,3%) do que as crianças com internação única (1,1%). Os menores de 1 ano foram os mais vulneráveis à ocorrência reinternações e óbitos.

Conclusões/Considerações
Houve redução das reinternações por CSAP no decorrer da coorte, período que coincidiu com a implementação de políticas de fortalecimento da APS e da saúde materno-infantil. No entanto, a ocorrência desse evento ainda é elevada, com notáveis desigualdades regionais, especialmente nos menores de 1 ano. As reinternações por CSAP devem ser mais bem investigadas para compreensão dos fatores associados e vulnerabilidades que influenciam este desfecho.