22/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC3.13 - GESTÃO HOSPITALAR E A QUALIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE CUIDADO |
41465 - INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS EM GESTÃO DO CUIDADO HOSPITALAR: O ARRANJO TECNOLÓGICO DA ALTA RESPONSÁVEL ROSEMARIE ANDREAZZA - UNIFESP-EPM- LASCOL, FRANCIELE FINFA DA SILVA - UNIFESP-EPM- PPG-SAÚDE COLETIVA, LARISSA MARIA BRAGAGNOLO - UNIFESP-EPM- LASCOL, ANA LÚCIA PEREIRA - UNIFESP-EPM- LASCOL, LUMENA DE ALMEIDA DE CASTRO FURTADO - UNIFESP-EPM- LASCOL, LEONARDO MAURI - HOSPITAL SANTA MARCELINA, ELEN PAULA RODRIGUES - HOSPITAL SANTA MARCELINA, CRISTIANE ALVES HENRIQUE - HOSPITAL SANTA MARCELINA, GRAÇA CARAPINHEIRO - CIES ISCTE- INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA, ARTHUR CHIORO - UNIFESP-EPM- LASCOL
Apresentação/Introdução A reestruturação de sistemas de saúde exige transformações nas práticas de cuidado e das organizações para sustentar um novo hospital do e para o SUS. Torna-se necessária a produção de práticas que tomem como centro o cuidado, e que pensem a governança e gestão da clínica na perspectiva da integralidade e da continuidade. Arranjos tecnológicos de gestão do cuidado têm sido propostos nessa direção.
Objetivos Analisar o arranjo tecnológico da Alta Responsável (AR) num hospital de grande porte do município de São Paulo, identificando as relações: intra e interprofissionais, das equipes com e os usuários e do hospital e com a rede de atenção à saúde (RAS).
Metodologia Estudo qualitativo, tipo estudo de caso. A principal técnica de pesquisa foi a observação participante por 09 meses na enfermaria de nefrologia, registradas nos diários de campo, processados nos seminários ampliados de pesquisa - pesquisadores e profissionais do hospital. Par e passo realizaram-se entrevistas com 39 usuários e familiares, com 08 com profissionais de saúde, 4 restituições à equipe da enfermaria, um grupo focal com representantes da rede de saúde, e a vinculação com 6 usuários-guia. Para análise da empiria produziu-se 4 narrativas de cuidado com enfoque nas experiências dos usuários, dos médicos, da gestão e da equipe multiprofissional. Financiamento da FAPESP (PPSUS-2019).
Resultados O estudo da AR foi um potente analisador da organização hospitalar. Na análise micropolítica o imperativo da medicina tecnológica com seu poder-saber ancorado na biomedicina triunfa; os profissionais da equipe interagem de forma pontual sem a produção de um plano comum de trabalho interprofissional; as condições objetivas de existência dos usuários são pouco consideradas, particularmente pelos médicos, que detém a decisão da alta “clínica. Entretanto, percebe-se um agenciamento no qual mesmo com o forte instituído da medicina há outras forças que atuam e modificam o processo de alta, ao negociá-la. O hospital estudado é tradicional com pouca conexão com as RAS, mas em movimento.
Conclusões/Considerações A AR foi potente para analisar o hospital, mas ela por si não conseguiu transformar o modelo de atenção. A centralidade que os hospitais ocupam no sistema de saúde, na formação dos profissionais e na cultura da nossa sociedade indicam sua potência para compor as transformações necessárias para produzir o “hospital contemporâneo”, do e para o SUS, comprometido e centrado no usuário, que garanta a continuidade e a integralidade do cuidado.
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